terça-feira, 24 de março de 2020

A ESQUIZOFRENIA DE UM PRESIDENTE COMO OUTRO NO MUNDO NÃO HÁ

Após cipoal de sandices sobre o coronavírus e ataques aos governadores, Bolsonaro se apequena e recua.

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O presidente Jair Bolsonaro parece viver em uma bolha de esquizofrenia política, pois suas atitudes e decisões são desconexas da realidade. No momento em que o planeta forma uma cruzada contra a pandemia do novo coronavírus, o presidente brasileiro insiste em minimizar o problema por interesses político-eleitorais. Ou seja, Bolsonaro desqualifica medidas adotadas por governadores e prefeitos sob o argumento de que afetarão o desempenho da economia, já que um cenário econômico desfavorável compromete sobremaneira seu projeto de reeleição.
A tese de que primeiro é preciso manter a economia em marcha para depois cuidar do caos patrocinado pelo novo coronavírus é no mínimo surreal, uma vez que dá a entender que o presidente prioriza as questões econômicas em detrimento da vida do cidadão. Em outras palavras, enquanto investe contra os governadores, Bolsonaro se candidata ao cargo de coveiro-geral da República.
Qualquer governante minimamente sensato sabe que a saúde pública é questão prioritária, mas o presidente da República, que não consegue fazer um mea culpa diante da enxurrada de sandices que vociferou na esfera da pandemia do coronavírus, agora tenta sair à francesa para não passar mais um recibo de incompetente, que na opinião do UCHO.INFO já está assinado e com a firma reconhecida em cartório.
Esses rompantes recheados de estultices que Jair Bolsonaro tem despejado sobre a opinião pública no afã de minar possíveis adversários na corrida presidencial de 2022 mostra o quanto o presidente é desprovido de espírito de liderança. Não obstante, afrontar quem está tentando proteger a população em momento de grave ameaça sanitária é suicídio político.
Ciente de que sua investida fracassou e seus falaciosos discursos sobre coronavírus desmoronaram com rapidez e facilidade, Bolsonaro, que chamou os governadores de “exterminadores de empregos”, decidiu dialogar com os gestores estaduais antes que o estrago político fosse ainda maior.
No domingo (22), em mais um de seus conhecidos devaneios, Bolsonaro afirmou: “O povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão do coronavírus”.
Nesta segunda-feira (23), o presidente reuniu-se por meio de videoconferência com os governadores das regiões Norte e Nordeste, encontro que foi marcado pelo tomo respeitoso e institucional, algo inédito em se tratando de Bolsonaro.
A incompetência de Jair Bolsonaro para cargo de tamanha relevância e responsabilidade como o de presidente da República, assunto que há muito insistimos, é enorme e preocupante, a ponto de o chefe do Executivo, que não aceita ser contrariado, ter editado Medida Provisória para desautorizar governadores que adotaram medidas de combate ao novo coronavírus.
Bolsonaro, como já destacado, não está preocupado com a saúde da população, mas com seu projeto de reeleição. Sendo assim, o melhor que ele tem a fazer é assumir o papel que lhe cabe em meio à crise da Covid-19, evitando frentes de conflitos com os governadores, em especial com os do Sul e do Sudeste, regiões que concentram mais de dois terços da economia nacional. Se o presidente quiser apostar na tese de São Tomé, que experimente.

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