Há anos, acontece em São Miguel Arcanjo, a Festa da Uva Itália, festa, à qual, o propósito, alavancar o lado econômico da cidade, trazendo cultura e lazer para a população.
No entanto, não me recordo de nenhum benefício oriundo dessa tal festa.
Há alguns, poucos anos, uma ausência de musicalidade chamada Michel Teló (com todo o repeito àqueles que gostam) traz aos ouvidos uma poluição sonora, que particularmente, fere os meus tímpanos e de muitos, creio eu.
Trazendo junto uma extorsão aos cofres de cidades pequenas, como São Miguel Arcanjo; que com tamanha hipocrisia – pois para fins sociais o cofre sempre está fechado - atende ao cachê, de um “artista”, que canta repetições de frases que nada acrescentam às nossas vidas, como: “Ai se eu te pego, ai ai , se eu te pego... Pirulito que bate, bate, pirulito que já bateu...”
AI, AI!
Certas coisas não são compreensíveis ao meu cérebro...
O fascismo dessa cidade com nome de santo é gritante aos olhos de quem quiser ver, trazendo à tona a negligência ao povo.
O governo não seria do povo para o povo??
Enfim, durante todo o ano – para não dizer tudo o que falta na cidade - escolho a saúde, como exemplo.
Nós que precisamos, hora ou outra, de um atendimento médico, digno, de preferência, nós, que pagamos todos os impostos, inclusive, o salário de vocês, governantes, não temos prioridade em atendimento algum.
No entanto, uma vez ao ano, os cofres públicos, o nosso suado dinheiro, serve então como pagamento a um Michel Teló? Como assim??
Não consigo, e me recuso a aceitar, entender e acreditar, que o mesmo povo que durante todo o ano, ano após ano, na necessidade extrema, sofre para se salvar, em postos de saúde, pronto atendimento e um tal Hospital que não atende nem metade do que basicamente deveria atender, servindo apenas como uma fachada, é o mesmo povo que baterá palmas enquanto tocar “ai, ai se eu te pego ai, ai se eu te, ferro??...”
E que após as palmas, voltará a enfrentar humilhação, da onde deveria existir socorro.
Então, essa tríade imperfeita se transforma em um quarteto fantástico, onde o quarto elemento é o povo.
Mas, não deveria ser...
Enquanto o povo não abrir os olhos , e os ouvidos também, da boca não sairá nada mais que: “Delícia, delícia, assim você me mata...”
E o governo, aos poucos, faz de nós, projetos fáceis de manipular, onde festa e bunda lêlê, entram no lugar da tão inóspita saúde pública.
Mas, logo, logo, o Michelzinho está aí para socorrer a carência cultural e salubre de todos os seus fãs!
Só que não.
De repente, se surgir uma dorzinha qualquer, de cabeça, ou no coração, o dinheiro que poderia servir de atendimento e medicação, já terá ido embora com o doutor Michel e a tal Festa da Uva.
A alegria ilusória da festa, se vai, efêmera, fica então, o descaso, permanente para com o povo, se o mesmo não despertar e clamar pelos seus direitos.
Pela ausência de atitude, a esperança se esvai, como areia pelos dedos...
Então, fecharemos as nossas mãos?
THAÍS VALIO,
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