sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

PROMESSA DE BOLSONARO ACABOU SENDO FEITA PELAS MÃOS DO DEPUTADÃO.

MPF estuda ação contra deputado que derrubou bloqueio em área indígena.
Jeferson Alves, da Assembleia Legislativa de Roraima, gravou um vídeo em que usa uma motosserra para cortar uma corrente que controla o acesso à BR-174.
Por Edoardo Ghirotto - Atualizado em 28 fev 2020

 Jeferson Alves, deputado estadual de Roraima pelo PTB /Reprodução.
Procuradores do Ministério Público Federal nos estados de Roraima e do Amazonas estão em contato com a Procuradoria-Geral da República para estudar quais ações serão tomadas contra o deputado estadual Jeferson Alves (PTB-RR), que usou uma motosserra para derrubar um bloqueio da reserva indígena Waimiri Atroari que controla o tráfego de veículos na rodovia BR-174. 
A ação, realizada nesta sexta-feira, 28, foi divulgada nas redes sociais em vídeos gravados pelo próprio deputado.
Na filmagem, Alves diz que Roraima “vai ficar livre da corrente” que restringe o acesso entre as cidades de Manaus e Boa Vista. 
O bloqueio é realizado todos os dias, entre as 18 e 6 horas, no trecho da rodovia que corta a área indígena. 
O deputado cita o presidenteJair Bolsonaro no vídeo e diz que tomou a atitude em desfavor de “ONGs que maltratam” o estado de Roraima.
O uso da corrente foi implementado pelo regime militar na época em que a rodovia foi construída, na década de 1960, mas a manutenção do bloqueio é realizada diariamente pelos indígenas da reserva. 
Eles dizem que o controle do tráfego é necessário para evitar acidentes com animais e pessoas que trafegam pela estrada à noite.
Em entrevista a VEJA, o deputado declarou que decidiu derrubar a corrente pela inação dos governos estaduais e federal. 
Alves afirmou que Bolsonaro conquistou o apoio da população local na eleição de 2018 prometendo que iria abrir o bloqueio na estrada, mas que até agora nenhuma autoridade se posicionou sobre o tema. 
“Já faz um ano que eu estou esperando uma resposta, então decidi tirar essa corrente pessoalmente”, disse.
VEJA.

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