sábado, 27 de fevereiro de 2021

SE VIVO, O MAJOR LUIZ VÁLIO COMPLETARIA HOJE 141 ANOS. PSEUDÔNIMOS DELE JUNTO À IMPRENSA LOCAL E REGIONAL: J. SEVERO, FERDINANDO CIPÓ, DOUTOR FERDINANDO, DOUTOR FERRÃO, LV E OUTROS.


Nasceu Luiz Válio no dia 27 de fevereiro de 1880 na cidade de São Miguel Arcanjo, outrora pertencente ao município de Itapetininga, no Estado de São Paulo.
Na época do seu nascimento, as crianças de ambos os sexos usavam camisolas e tinham cabelos compridos. 
Costumava-se fazer fogo nas casas, de preferência na cozinha, sobre alguns tijolos, imitando uma lareira. Para isso, as pessoas tinham o cuidado de escolher sempre achas de lenha branca que não faziam fumaça. 
As palestras se estendiam até altas horas.
O Major era afilhado de Maximina Ubaldina Nogueira, filha do Tenente Urias Emídio Nogueira de Barros, o qual, segundo consta, era proprietário de uma grande fazenda na região denominada Fazenda Velha, a qual, de acordo com Manoel Valente Barbas, descendente de Urias, deu origem ao atual município.
Com apenas oito anos de idade, Luiz Válio fez seu primeiro discurso nos ombros do Chico Bumbeiro; Chico era tocador de bumbo na banda de música local, bem à época da libertação dos escravos e era pai de Maria, que se tornaria esposa de Benedito Antonio de Souza, até hoje, o primeiro e único prefeito negro na história de São Miguel Arcanjo.
Nos anais da Câmara, por ocasião da posse da primeira delas, no ano de 1.889, lá se pode ver a assinatura de Luiz Válio, como presente à sessão.
E ele só tinha 9 anos de idade!
Foi seminarista e muito amigo do Bispo Dom Aguirre, de Sorocaba.
Aos 19 anos, foi nomeado escrevente do Cartório e aos 20 anos já estava se casando com Cirila Nogueira, da descendência do Tenente Urias, nascida aos 12 de abril de 1886 no município de Sarapuí, porém, batizada em Sorocaba.
Cirila era prima de Alcindo Nogueira, que se casou com Cacilda Galvão, cujos pais residiam em Gramadinho na década de 30.
Cirila era neta de Antonio Machado de Moraes, casado com Escolástica de Tal, e filha do casal Roberto Antunes Nogueira e Antonia Augusta Nogueira.
Abaixo, a única fotografia que restou de Roberto Antunes Nogueira.


Cirila era irmã de Antonio José Nogueira, casado com Maria Fogaça (estes, pais de Alcindo Nogueira casado com Áurea Nogueira, por sua vez pais do conhecido ‘Ventana’, pai de Antonio Cláudio Nogueira, o Calilo, que se casou com uma neta do Major, Maria de Fátima Válio França); de Roberto Antunes Nogueira Júnior, o Bertinho, e Timóteo, que foi assassinado a mando de políticos de São Miguel Arcanjo, quando acompanhava o padre da época até a cidade de Itapetininga.
Este Timóteo, depois que fora assassinado, virou corpo santo. Enviado para Roma, até hoje ninguém mais soube do que aconteceu com seu corpo, que permanecera intacto.
O casamento do Major com Cirila realizou-se no dia 26 de junho de 1900, em São Miguel Arcanjo, sob as bênçãos do padre Francisco Botti, tendo como testemunha Juvenal dos Santos Terra, um dos filhos de Maximina Ubaldina Nogueira, filha do Tenente Urias casada com Miguel dos Santos Terra.


Todo um quarteirão da antiga Rua Sete de Setembro, hoje Cônego Francisco Ribeiro, era propriedade do Major Luiz Válio.
A princípio, ele residiu na casa à esquerda, bem na esquina com a Rua Monsenhor Henrique Volta.
O casarão ao fundo foi construído pelo Monsenhor Henrique Volta. Ao voltar para a Itália, o Monsenhor vendeu o imóvel a Luiz Valio.
Uma lembrança de quando foi festeiro do divino:



Aos 21 anos, Luiz Valio tornou-se vereador em sua cidade.
Luiz foi lavrador e também comprava e vendia algodão; na inauguração da chegada da máquina de descaroçar algodão, " Machina São Luiz", houve uma grande festa, com a banda de música local e o padre Carlos Regattieri presente para a benção.

O Major Luiz Valio está postado à esquerda do padre Regattieri

Essa máquina foi vendida mais tarde para Narlir Miguel.


A empresa ficava na Rua Sete de Setembro, ali onde hoje está a propriedade de Licério de Oliveira.
Luiz Valio também foi proprietário de hotel – o Hotel Válio - localizado na Rua Sete de Setembro, 17.
Esse hotel era muito bem montado, com excelentes cômodos, mesa lauta e rigoroso asseio.
Anexo a ele havia uma espaçosa mangueira para tropas com bom pasto e uma imensa garagem para automóveis. No ano de 1.925, o hotel foi vendido para o grupo empresarial João Paulino da Silva e Cia.
Fundador e presidente de Partido Político, proprietário de jornal (fundou “A Razão”), colaborava com o periódico “O Progresso”, usando diversos pseudônimos, tais como J. Severo, Doutor Ferdinando, Ferdinando Cipó, L.V., Doutor Ferrão, etc.
O maior dos crimes na São Miguel do passado era ser honesto, verdadeiro e desejar o bem da coletividade sem demagogias.
Numa época da sua vida, o Major foi execrado publicamente. Esse fato ainda não foi devidamente decifrado.
O periódico ‘A Razão’, fundado pelo Major, era um órgão do Partido Republicano de Oposição local; publicava-se às quintas-feiras e tinha como gerente Cassiano Vieira e como redator principal o ilustre jornalista Mário Augusto de Medeiros, um dos primeiros secretários da Câmara.
Na edição de no. 21 de ‘A Razão’, do dia 15 de novembro de 1.923, Mário assim escrevia sobre o Major Luiz Válio:


“Por conveniência de ordem política, deixou a direção desta folha o senhor major Luiz Válio.
Dizer em poucas palavras de sua passagem por esta redação, tal a contextura que deu ao nosso periódico, tais os traços indeléveis que deixou, seria tarefa muito além do nosso esforço de síntese.
Batalhador impertérrito, polemista de fôlego, soube o major Luiz Válio revidar com a mesma intensidade ou quiçá maior, os ataques que recebeu de seus desafetos.
Ferido na sua qualidade de político, o foi também (quem o diria!) na sua qualidade de homem, de membro respeitável da nossa coletividade, tal o efeito das paixões mal compreendidas ao sabor da ignorância humana.
Do brilho com que soube defender-se, da coragem com que enfrentou as duras investidas de seus vesgos adversários, estão aí para atestar os artigos que escreveu, procurando, em todos eles, por princípio, desviar-se da vereda escabrosa do ataque pessoal, perdoando aos seus gratuitos detratores a intenção malévola que manifestaram de expô-lo à maledicência pública, na terra de seu próprio nascimento, na terra que deveria orgulhar-se de chamá-lo filho e filho diletíssimo, tal o amor que a ela tem consagrado!
Através dos seus artigos de defesa, em que dava aos seus inimigos liberdade plena para dissecarem as mazelas de sua alma, percebia-se o cuidado com que procurava ocultar os benefícios que tem feito, estancando muitas lágrimas e consolando muitas dores, aos pobres, às viúvas, a órfãos e desvalidos.
Oxalá não houvesse tal a contingência humana, tal a ingratidão dos homens dentre os seus algozes, alguns deles que o vissem desprendido e solícito, à beira do seu leito ou de alguém de sua família, na faina inglória de suprir a falta de um médico, até que recursos mais eficazes pudessem vir de fora!
Oxalá tivessem todos os seus detratores, e não foram poucos, e todos eles gratuitos, um passado honroso e honrado que os colocasse ao abrigo da maledicência vil da canalha baixa!
Eis, em rápidas e apagadas linhas, o esboço moral do nosso ex-diretor.
Fundador de nossa folha, está o seu nome ligado aos destinos do nosso jornal, e jamais olvidaremos o muito que fez e o muito que trabalhou para que o nosso periódico conseguisse os foros que conseguiu com sua atuação criteriosa baseada nos moldes da imprensa honesta e desinteressada que visa tão somente os interesses locais e os de ordem geral, e jamais se presta a conchavos subalternos.
Que a nossa rota a seguir será a mesma, di-lo o que acima afirmamos, isto é, teremos por escopo tão somente os interesses locais e os de ordem geral que redundem em benefícios ao nosso município e à zona que representamos.
Ao estamparmos o retrato do nosso ex-diretor, major Luiz Válio, na página de honra do nosso jornal, nada mais fazemos do que cumprir com o nosso dever.
Perdoe-nos o homenageado, se ofendemos a sua modéstia, e teremos pago, muito espontânea e gostosamente uma dívida de gratidão, o que já não é pouco nos tempos ominosos que atravessamos, em que a doutrina utilitária, qual erva daninha, procura abafar o viço da moral cristã”.

Como escritor, Luiz Válio deixou expressos no jornal ‘O Progresso’, cujos exemplares são bastante raros, toda a luta pela construção de uma estrada que ligasse São Miguel a Sete Barras e toda a verdadeira história dos últimos momentos da conquista que foi a emancipação político- administrativa do município.
Fundou o Partido Democrático e, nos dias 02, 03 e 04 de fevereiro de 1.931 seguiu para a Capital a fim de tomar parte como representante do município de São Miguel Arcanjo no 7º. Congresso do Partido do qual era presidente do Diretório Municipal. 
A sede do Partido ficava na Rua Miguel Costa, no. 15. Essa rua deve ser a mesma rua que mais tarde levaria o nome de Rua Sete de Setembro e, hoje, homenageia o Cônego Francisco Ribeiro.
No dia 1º. de fevereiro de 1.931, ‘O Progresso’ publicava o seguinte:
‘ Na sede do Partido Democrático desta cidade já se acham as listas de apoio a esse partido, as quais devem ser assinadas por todos quanto queiram, com boa vontade, prestar o seu concurso à causa da reorganização e saneamento político do país. Essas listas podem ser assinadas pelos democráticos que, assim, reafirmarão a sua fidelidade ao partido e também pelos ‘patrícios que, até aqui, indiferentes às lutas partidárias, ou sarados dos erros do passado, convertidos, se dispuseram a formar com dignidade e honradez ao lado da possante agremiação paulista’. Todos os cidadãos bem intencionados, mesmo aqueles que prestaram apoio ao extinto PRP, uma vez que se encontrem limpos de consciência, podem aproveitar esta ocasião de se tornarem úteis, agora, à Pátria’.
Além de vereador, Luiz Válio foi prefeito, segundo consta, em 1.909, e de 1.943 a 1.945; Presidente da Câmara de 1.936 a 1.937 e Delegado de Polícia.
Cultor da Medicina Alternativa fazia manipulação de remédios baseados em ervas medicinais, de grande mister para os mais pobres.
Tinha o dom de curar dor de cabeça. Bastava para isso colocar as mãos na cabeça do doente.
Afora todos os sonhos que nutria para com a sua terra natal, ainda advogava sem cobrar nada das camadas mais carentes da população, em sua própria residência, numa parceria com advogados itapetininganos.
Luiz Válio foi o maior intelectual que a cidade já teve. Correspondia-se com o jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”.
Era grande orador e discursava até mesmo em congressos na Capital de São Paulo, sempre levando reivindicações de melhoria da qualidade de vida para as cidades do interior, incluindo a sua.
Luiz Válio chefiou quase todos os partidos oposicionistas que se organizaram no município de São Miguel Arcanjo desde o advento da República, nunca, porém, deixou de manter o devido respeito para com seus adversários, mesmo para com aqueles que se portaram com revoltante indignidade.
No ano de 1.926, manteve uma agência de negócios. Ele prestava seus serviços de consulta sobre quaisquer assuntos de direito civil, comercial, criminal, etc., gratuitamente. Vendia terras e outras espécies. Nesse mesmo ano encarregara-se de vender 3 mil alqueires de terras de superior qualidade para culturas diversas sitas à margem esquerda da estrada do governo que seguia para Curitiba, em lotes de 20 alqueires, ao preço de 50$000. Eram terrenos que mais tarde se valorizaram bastante.
Como ele sempre dizia, apesar dos pesares, continuava, como sempre, a proteger os necessitados de seus serviços.
Triunfando a Revolução de 24 de Outubro de 1.930, ele foi perseguido e a sua família porque fora simpático a essa causa. Foi processado assim como outros correligionários. Um Juiz federal despronunciou a todos eles.
Em 25 de outubro de 1.930 assumiu a presidência da Junta Governativa local e o cargo provisório de Delegado de Polícia confirmado pelo Chefe de Policia por ato de 28 do mesmo mês.
Poderia ter-se vingado, mas não o fez. 
Nunca foi covarde!
Sua meta, quando algum poder lhe cabia, era sempre manter em paz a família são-miguelense.
Ao tempo do prefeito Edwiges Monteiro, e conforme decreto 10, de 16 de março de 1.931, o Major foi designado para colaborar na fiscalização e direção dos trabalhos aos quais a comunidade fora obrigada: ajudar a construir os caminhos municipais. Todos os que moravam nos bairros, eram obrigados a participar desse mutirão. Partindo de suas casas e até a cidade, os cidadãos de 16 a 60 anos se prestaram a abrir estradas para o benefício do povo em geral.
A ele coube a vistoria da segunda zona, entre as estradas de Justinada e Turvinho.
As demais zonas assim foram distribuídas: a primeira, compreendida entre Santa Cruz e Rio Acima, a cargo do Coronel Leonardo Demasi; a terceira, compreendida entre Pocinho e Gramadinho, a cargo do Major Juvenal dos Santos Terra e a quinta, estrada do Rincão e adjacências, sob o comando de Rufino Demétrio.
A partir de 30 de março, porém, a direção e fiscalização dos serviços gerais ficaram a cargo apenas do Major Luiz Válio e do Coronel Demasi. Este Demasi era proprietário da Fazenda do Pinhal e fez às suas expensas os pontilhões e os bueiros da estrada do seu sítio até a cidade.
Na década de 30, Luiz Válio fundou o Partido Democrático, numa época em que a maior preocupação dos homens cultos do município era manter a todo custo a autonomia do mesmo. Faziam parte da Diretoria desse partido, que era por ele presidido, cidadãos como o Monsenhor Henrique Volta, Edwirges Monteiro, Horácio Pereira da Silva, Pedro Ribeiro Vaz e Acácio dos Santos Terra. E como membros do Conselho Consultivo: o presidente, Manuel Augusto Borges e mais José Ribeiro da Costa Vaz, José Modesto da Silva, Eusébio Pereira, José Fama de Araujo, Virgílio Leme da Silva, Roque Nunes Rato, Mizael Izídio Machado, Jorge de Souza Nogueira e Alcindo Nogueira.
A sede do Partido ficava na Rua Sete de Setembro, no.15, imóvel de sua propriedade.
No dia 08 de maio de 1.931, fundou a Associação de Pais e Mestres das Escolas Reunidas de São Miguel, destinada a um mútuo entendimento entre os pais dos alunos e os professores acerca dos problemas educativos da escola e o mais perfeito conhecimento das condições de vida dos alunos e de suas necessidades.
A primeira diretoria ficou assim constituída:
Presidente- Major Luiz Válio; Secretário: Narlir Miguel; Membros: professores Luiza Como, Floriza Barreto, cidadãos Edwiges Monteiro, que pedira exoneração do cargo de prefeito, sendo substituído por Leontino Arantes Galvão, Elias André e professor Ary Monteiro Galvão.
Foi o Major Luiz Válio o mentor da criação da primeira biblioteca escolar dentro do município, nomeando, nessa mesma data, uma comissão composta dos professores Ary Monteiro Galvão, Floriza Barreto e Luiza Como para angariar qualquer obra literária científica ou pedagógica, revistas ilustradas, dicionários, em suma, livros que proporcionassem leitura amena, sadia e proveitosa para todos os seus usuários.
O Major Luiz Válio teve um importantíssimo papel social na Revolução Constitucionalista de 32.
Quem escreveu sobre isso foi seu filho Luiz Válio Júnior.
Em 05 de setembro de 1.932 o 1º. Tenente da 2ª. Cia. do 2º. B. E., Tasso Pinheiro, assinou um recibo no seguinte teor:

S. Miguel Arcanjo, 5 de setembro de 1932.
Nesta data, recebi de Luiz Valio, DD.Delegado local, a fim de utilizar com a nova turma de sapadores, em organização na região do Taquaral de Baixo, o seguinte:
Enxadões com cabo.......................................................... 8 (oito)
Enxadões sem cabo... ........................................ 33 (trinta e três)
Picaretas sem cabo......................................................... 20 (vinte)
Foices........................... ................................................... 7 (sete)
Chibancas com cabo................................................... 4 (quatro)
Cabos de machado............................................... 31 (trinta e um)
Cabos de enxada.............................................................. 20(vinte)
Machados....................................................................... 4(quatro)
Pratos de folha................................................... 83 (oitenta e três)
Colheres............................................................. 76 (setenta e seis)
Canecas............................................................ 72 (setenta e duas)
Caixa de salame............ .......................................... 1 (uma)
Caixas de ‘corned beef’.................................................... 3 (três)
Caixa de chocolate........................................................... 1 (uma)
Latas de bolacha............................................................... 7 (sete)
Saco de sal....................................................................... ½ (meio)
Lata de pão de guerra....... ............................................. 1 (uma)
Saca de arroz.................................................................... 1 (uma)

OBS: este documento estava em poder de Lucila Silva Valio e, hoje, faz parte do nosso acervo.

Há também um edital no seguinte teor:

‘O cidadão Major Luiz Valio, delegado de Polícia desta cidade e município de S. Miguel Arcanjo, etc...
Faz saber a todos que o presente virem ou dele notícia tiverem que, de ordem do cidadão Chefe de Polícia, ficam intimados todos quantos se achem de posse de armas de guerra e respectiva munição, bem como todo e qualquer objeto pertencente ou deixado pelas forças paulistas e federais que aqui estacionaram durante alguns dias, a fazerem entrega dos mesmos a esta Delegacia, dentro do prazo de 48 horas, para os moradores da cidade, e de 8 dias para os da zona rural, sob pena de processo e apreensão legal, além das demais penas estabelecidas pelos regulamentos militares.
E para que ninguém alegue ignorância, manda fazer o presente e mais três de igual teor, que vão afixados nos lugares de costume.
Dado e passado na Delegacia aos 11 de outubro de 1.932.’

OBS: Parece que houve denúncia de que os Fogaça tinham muitas armas escondidas num sítio havido como local de esconderijo da família e de seus parentes mais próximos, num total de 150 pessoas.
Esta foto - histórica - tirada em 1.937 lembra que a prefeitura localizava-se à Rua Monsenhor Henrique Volta, no prédio que depois pertenceu a Evangelino Rosa do Nascimento.


A partir da esquerda, Eusébio Pereira, Edwirges Monteiro, Pedro Fabiano, Luiz Valio, Alfredo de Oliveira (Preto), Benedito de Souza, Nestor Fogaça, Virgílio Coelho e Santiago França.
Na foto abaixo, de 1.943, quando se torna Prefeito.


O assentamento da pedra inicial das obras de construção da Igreja Matriz, ao lado de Benedito de Souza e Alcindo dos Santos Terra: o da esquerda é Luiz Valio. Era o dia 01 de outubro de 1.944.

Luiz Valio tinha o passe de número 1.700 - 1a. classe - da Estrada de Ferro Sorocabana. A sua assinatura estava nele.
Abaixo, uma festa realizada no mês de outubro de 1.944, onde se vê o Major Luiz Valio (prefeito na época), de camisa branca e a esposa Cirila, de preto, distribuindo brindes à criançada. Ao fundo, o casarão do Narlir Miguel e o Salão São Miguel, onde hoje estão o Supermercado e a Lanchonete dos Irmãos Silva.


Nessa foto vê-se ainda a professora dona Mimi, na ponta da divisória à direita; na outra ponta, Maria Olímpia de Jesus com dez anos de idade, ela que seria mais tarde nora do Major; também se vê Maria Valio, Lurdinha Piedade e outros.
Por ocasião das festividades pelas Bodas de Ouro do casal em 1.950, quem esteve presente foi o Bispo Dom Aguirre.
Luiz Válio faleceu em 03 de setembro de 1950, às 19:00 horas, quase três meses depois de festejar as Bodas de Ouro de seu casamento que foi uma festa inesquecível.
Quando seus inimigos políticos souberam que estava morrendo, começaram uma algazarra e logo uma passeata se fez dando voltas pelo quarteirão onde a família morava.
Foi preciso que os irmãos usassem de muita energia nesse momento para que Luiz Válio Júnior, o Gijo, não perdesse a cabeça, pois se dispôs a atirar em quem passasse em frente ao casarão da família.
Por proposta de Francisco Fogaça de Almeida, o Cirico (ironia?), através do processo 18/50, convertido na Lei no. 70/ 50, foi concedida pela Câmara Municipal uma sepultura em caráter perpétuo e gratuito em nome do Major.
A família de Cirila foi consagrada ao Sagrado Coração de Jesus no dia 25 de junho de 1.961, pelo padre Francisco Ribeiro.
A querida esposa Cirila faleceu aos 14 de setembro de 1964, exatamente às dezoito horas, quando era costume no lugar o sino da Matriz soar chamando para a última missa do dia.

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