Há 120 anos, em 18 de julho de 1892, Frei Manoel, o Monge de Tibagi, era conduzido ao cemitério municipal do município de Tibagi por mais de quatro mil pessoas.
É o maior vulto na história da religiosidade do povo dessa cidade, desde que a adotou para fazer cumprir sua missão, deixando a vida de caminhante.
Receitava remédios, fazia orações, benzia e, onde estava, tinha sempre uma fila de pessoas para atender.
Sobre ele, há lendas e verdades.
Parte dessa passagem está registrada em documentos no Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior.
Na Freguesia de Tibagi, ele tinha um dever a cumprir.
Frei Manoel escreveu um texto que se tornou quase que uma relíquia sagrada.
A 'Carta de Aviso' posteriormente foi reproduzida e distribuída pelos cidadãos, que usavam lê-la em situações de perigo.
Traz consagrações do Frei, que profetizou grandes tragédias e avisou a todos de forma apocalíptica.
“Quem possuir esta carta de aviso com grande fé em mim, não temerá castigo algum”, anunciava o texto.
“Todo aquele que duvidar das minhas palavras, não terá a minha benção e será condenado ao inferno para sempre”, ameaçava.
A carta ainda rogava para que os anúncios fossem reproduzidos, divulgados entre o povo, que deveriam se preparar para dias de tormenta e lágrimas.
O corpo do Frei Manoel foi encontrado em 18 de julho de 1892 junto à fogueira apagada. Seu enterro se tornou um evento grandioso acompanhado por praticamente toda a população da cidade naquela época.
Dizem que no cortejo, enquanto algumas pessoas já chegavam ao cemitério, ainda havia gente na altura do Arroio da Vargem, hoje portal entre Tibagi e Telêmaco.
Cópia da mesma foi guardada por Mário Augusto de Medeiros e hoje faz parte do nosso acervo, por doação de seu neto Paulo Manoel da Silva Filho, a quem agradecemos.
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