sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CULTURA DE DOCUMENTOS NÃO DÁ VOTOS

Há mais de um ano, o prédio do Centro Cultural e Histórico Brasílio Ayres de Aguirre, em Itapetininga, está fechado para reformas. No entanto, as obras estão paradas e metade do trabalho necessário foi concluída. 
De acordo com a prefeitura, o orçamento inicial foi ultrapassado e faltou verba para a continuidade.
O prédio fica na Praça Marechal Deodoro, no Centro. Conforme mostra reportagem exibida pela TV TEM, moradores concordam que o local precisava de reforma, mas o longo período de fechamento começa a trazer prejuízos culturais para a cidade. 
O motorista João dos Santos destaca que o local abrigava peças importantes da história da cidade. “Era bonito de se ver. 
Havia materiais antigos... era um museu! 
Agora está fechado para reforma e está assim, parado”, comenta.
Em reportagem exibida pelo TEM Notícias e publicada pelo G1 em julho de 2013 foi mostrado que a obra já estava parada.
Uma empresa chegou a assumir a reforma e realizar alguns reparos, mas o valor orçado para a obra não teria sido o suficiente.
Além disso, como as paredes são de taipa de pilão, era preciso usar técnicas mais aprimoradas para revitalizar o local.
Segundo a prefeitura, o custo para recuperar o prédio ultrapassou o valor de R$ 500 mil e não estava previsto no orçamento do município para este ano. 
Sendo assim o local depende de um projeto estadual para voltar a funcionar.
Enquanto o impasse não é resolvido, parte das peças de exposição está exposta em uma casa. 
O espaço improvisado fica na rua Júlio Prestes, 818, no Centro, e fica aberto de segunda a sexta-feira. 
De acordo com a escriturária Rosália de Fátima, as peças são importantes e precisam ser preservadas. 
“Parte do acervo são de peças antigas doadas por famílias que moram na cidade. 
Elas contam um pouco da história da cidade, inclusive de Júlio Prestes. 
Tem também documentos e que precisam ser bem preservados. São materiais muito antigos”, diz.
Localizado no centro da cidade, na Praça Marechal Deodoro, o local guardava um acervo de famílias tradicionais e personalidades que fizeram parte da história da cidade e do país, como Júlio Prestes. 
O local onde fica o Centro Cultural foi o primeiro prédio público da cidade.
Documentos de 1854 dão conta de sua existência. 
O imóvel foi destinado inicialmente à cadeia. 
Com apenas o pavimento térreo, todo em taipa de pilão, o prédio possuía três celas de prisão, uma cela de prisão forte, uma sala de comando da guarda e um saguão interno.
Com a criação da comarca de Itapetininga em 1852, tornou-se necessária a construção de uma sede para o poder judiciário, o Fórum. 
Entre 1855 e 1862, a Câmara Municipal fez inúmeros pedidos para a construção do prédio próprio para a justiça e para o próprio legislativo.
Com os pedido, ficou decidida a ampliação do prédio. Assim, o prédio da cadeia recebeu um novo andar. A reforma foi autorizada pelos deputados provinciais e concluído por volta de 1877, com as mesmas características no andar inferior e sala da Câmara, arquivo da câmara, sala particular, duas salas livres, sala do juiz e sala de audiência, além de um saguão no andar superior.
Com a saída do poder judiciário e da cadeia em 1906, o local passou a ser sede da Câmara e Prefeitura até o ano de 1989. 
O local se transformou no Centro Cultural em 1991. As salas foram divididas para abrigar peças raras do ex-presidente Júlio Prestes, nascido na cidade. O espaço também oferecia oficinas musicais e exposições de artistas antes do fechamento para restauração.





José Luiz Nogueira, do IHGGI.

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