domingo, 2 de novembro de 2014

UM POEMA DE PANCRÁCIO SANTONILLO


Pobre moça! 

Eu conheço uma menina
que anda morta por casar,
mas o pai é um sovina,
mais capaz de se enforcar
que dar um dote à menina. 

Ora se a pobre coitada...
em dotes de formosura
já não é muito avezada,
a ideia que a tortura
bem pode perder, coitada! 

E depois, diz-se também, 
que outro dote que ela tinha,
há muito já que o não tem,
pois, lh'o roubou, coitadinho,
um caixeiro ou não sei quem. 

Autoria: Pancrácio da Silva Santonillo, redator principal do extinto jornal "
A Gaita", editado em São Paulo. Esta, a edição do dia 01/01/1895, cujo exemplar pertence ao Arquivo Público do Estado de São Paulo.

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