AQUI SOB ESTA ABÓBADA
Aqui sob o zimbório, onde um santo viveu,
Eu scismo sobre o nada... E a lama entristeceu...
E vem-me ao coração, assim, desilludido,
Santa recordação do meu filho querido...
A lembrança dos meus é orvalho enluarado
Suavizando o calor do meu peito abrazado.
Da vida no espinhal, de minha mãe a imagem
É perfume de flor, é verde de ramagem...
Branca e doce visão aos pés do altar pendida,
Intercedendo aos céos pela filha dorida,
Que chora de amargor, ante o vício e o peccado,
Enquanto escuta da alma um som nunca estudado...
Brando e divino som, que ao coração me vem
Como resteas do sol, como um sopro do Bem...
Seria a tua prece, ó mãe, o teu cicio
Que em mim repercutindo, eu sinto que allivio?
Deus fazendo vibrar seraphica oração,
Harmonia do céo, dentro do coração?
Ó mãe, esposo e pae, ó trindade primeira,
Que eu recordo, entre o crepe e a flor da laranjeira,
Como estrellas brilhando em rosários de luz,
Um clarão derramai aos pés da minha Cruz!...
do site Memória Viva de Nísia Floresta
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