Jamil Chade
GRENOBLE – Ironia do destino ou premonição?
Michael Schumacher completa amanhã 45 anos em coma num hospital, depois de sofrer um acidente numa pista de esqui no último domingo.
Sua cabeça bateu em uma pedra e as lesões cerebrais são profundas.
Mas, nos últimos três anos, o alemão fez doações milionárias para a criação de uma organização destinada a pesquisar justamente novas tecnologias e novos tratamentos para vítimas de acidentes cerebrais.
O Instituto do Cérebro está sediado em Paris e é liderado pelo professor Gerard Saillant, que hoje passa dia e noite no hospital de Grenoble onde Schumacher está internado.
A entidade tem como meta se transformar numa espécie de “Nasa do estudo cerebral” e conta com Jean Todt, amigo e ex-chefe de Schumacher na Ferrari, como seu vice-presidente.
Max Mosley e até Lily Safra estão entre as pessoas que apoiam a iniciativa.
No site do Instituto uma mensagem de Schumacher ainda pode ser lida.
“No começo, foi por razões profissionais que eu me interessei pelo Instituto. Estava seguro que eu poderia confiar 100% neles”, escreveu.
“A ideia de criar um centro de pesquisa é fascinante por vários aspectos: ele vai ajudar a entender os mecanismos do cérebro e encontrar soluções para curar doenças do sistema nervoso”, explicou.
“Aqueles que são privilegiados pela vida devem ajudar aqueles que tem menos e principalmente aqueles que sofrem”, disse.
“Estimo que meu dever é o de ajudar. Meu papel no Instituto é acima de tudo de apoiá-lo financeiramente”, escreveu.
Hoje em Grenoble, o Estadão apurou que Schumacher continua em uma situação crítica, mas estável.
Não houve uma degradação de seu estado de saúde, mas ele ainda continua em coma.
Fontes no hospital confirmaram à reportagem que ele continua correndo risco de vida.
Amanhã, a Ferrari alugou uma frota de ônibus para levar dezenas de torcedores da Itália para a porta do hospital onde Schumacher está internado.
O objetivo é o de organizar uma “vigília vermelha”, com todos vestidos nas cores da scuderia.
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