Bem-aventurados aqueles que compreendem os meus passos vacilantes e as minhas mãos trêmulas.
Bem-aventurados os que tem em conta que os meus ouvidos captam as palavras com dificuldade, e que por isso procuram falar mais alto e pausadamente.
Bem-aventurados os que percebem que os meus olhos já estão nublados e as minhas reações são lentas.
Bem-aventurados os que desviam o olhar, simulando não terem visto o café que, por vezes, entorno sobre a mesa.
Bem-aventurados os que sorriem e conversam comigo.
Bem-aventurados os que nunca me dizem: " já contaste isso tantas vezes!"
Bem-aventurados os que me ajudam, com carinho, a atravessar a rua.
Bem-aventurados os que me fazem sentir que sou amado e não estou abandonado, tratando-me com respeito.
Bem-aventurados os que compreendem quanto me custa encontrar forças para aguentar minha cruz.
Bem-aventurados os que me amenizam os últimos anos sobre a Terra.
Bem-aventurados todos aqueles que me dedicam afeto e carinho fazendo-me, assim, pensar em Deus.
Quando entrar na Eternidade, lembrar-me-ei deles, junto ao Senhor!
Amém!
De duas uma: a pessoa que escreveu o texto acima ou tinha vergonha por estar velha demais ou expirou logo depois do "Amém".
No geral, soa como um pedido de desculpa.
Mas que mundo é este em que os idosos tem que pedir desculpa por ainda estarem vivos?
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