quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

SÃO MIGUEL E O DÓ DE MARIA ÂNGELA

Maria Ângela era uma moça muito pobre. 
Um dia, resolveu fazer um pacto com o demônio. 
Se ele a deixasse rica, entregar-lhe-ia sua alma na hora da morte.
Maria Ângela ficou milionária, podre de rica, mas morreu alguns anos depois, sem ao menos gastar tudo o que havia conquistado através do pacto.
Alma pertencente ao demônio, este então a levou para casa, aliás, para o inferno onde morava.
Maria Ângela começou a viver uma vida de mártir; o sofrimento que começou a viver no inferno jamais conhecera igual pelo tempo todo que viveu na terra.
Não aguentando mais, começou a orar e a suplicar para que São Miguel a libertasse. 
Compadecido, São Miguel foi falar com Maria, mãe de Deus, a seu respeito:

Vós Maria, a vós Maria
Vem salvar quem lhe chamou
Lá no inferno tem uma alma
Que há três dias se reclama.

Nossa Senhora respondeu:
- Ó Miguel, pegue este anjo
Levai na sua guia
E me traga aquela alma
Na sua companhia.

São Miguel:
Ó de casa!

O demônio:
Ó de casa!

São Miguel:
O inferno estremeceu
Eu vim buscar esta alma
Mandada pela mãe de Deus

O demônio:
- Ó Miguel, não seja tolo
Que esta alma eu não te dou
Pois hoje faz três dias
Que esta alma aqui chegou

São Miguel:
Faça três ou faça quinze
Ela eu tenho de levar
Foi a Virgem mãe de Deus
Que mandou eu vir buscar

O demônio:
- A
 ingrata me pediu
Que queria era riqueza
Morreste fosse pro inferno
Nunca mais queria te ver

A moça:
De que serve a riqueza
E não ter a boa sorte
Eu quero Jesus comigo
Na hora da minha morte
Ai, Jesus, que eu vou pro céu
Vou em companhia dos anjos
Senhora do Bom Sucesso
Ofereço este bendito
Em louvor da Santa Cruz
Em intenção dos missionários
Coração de Jesus, amém

Fonte: Lima, Rossini Tavares de: “A história de Maria Ângela na tradição da quaresma”. A Gazeta. Vitória, 21 de março de 1959.

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