Papel na máquina de escrever, ele principiava a pensar sobre um texto para enviar ao jornal do amigo Severino.
Meio sem inspiração, olhava para a TV Cultura, quando de repente começou a sentir uma angústia e uma dor no peito que só foi aumentando.
Meio sem inspiração, olhava para a TV Cultura, quando de repente começou a sentir uma angústia e uma dor no peito que só foi aumentando.
Pressentiu que estava tendo um infarto do miocárdio; ele sabia muito bem como era aquilo, pois, além de agricultor, ecologista, político, filósofo, era um pouco médico; aprendera alguma coisa com o velho pai, o Major, que entendia sobre a medicina alternativa, sobre as plantas medicinais. O resto, buscara nos livros.
Estava no seu sítio Bom Retiro, cerca de dois quilômetros distante da sede do município, onde morava em definitivo, tendo lá a suposta companheira que se encarregava de cuidar da casa, lavar sua roupa e dar de comer aos animais domésticos.
Acabara de divorciar-se da esposa, que residia na cidade com os filhos do casal.
A mulher que o acompanhava não teve inteligência o bastante para notar que algo muito grave estava acontecendo com o homem; demorou a pedir ajuda à família dele na cidade e demorou também a localização do filho mais velho que estava com o carro.
Finalmente, o filho correu para o sítio.
O pai, no banco de trás, gemia bastante, mas estava bem lúcido.
- Eu estou infartado! - ele dizia.
A cada solavanco, o coração do filho se confrangia mais, num desespero sem tamanho.
Já na Santa Casa, foi um médico japonês quem atendeu o paciente, o qual, embora dissesse que estava sob o evento de um infarto, o profissional alegava ser problema de estômago e, com certeza, deve ter sido medicado dessa forma.
Sob observação, o homem até que passou bem naquela noite.
De manhã, à hora do café, acabou tendo outro infarto e, então, não resistiu.
Findara a vida de um dos homens mais lúcidos e visionários que a cidade de São Miguel Arcanjo conheceu, pelo menos nas últimas décadas: Luiz Válio Júnior - o Gijo Válio - estava morto.
Meu pai, onde estiver, que meu coração lhe alcance para deixar esta mensagem de carinho!
A mulher que o acompanhava não teve inteligência o bastante para notar que algo muito grave estava acontecendo com o homem; demorou a pedir ajuda à família dele na cidade e demorou também a localização do filho mais velho que estava com o carro.
Finalmente, o filho correu para o sítio.
O pai, no banco de trás, gemia bastante, mas estava bem lúcido.
- Eu estou infartado! - ele dizia.
A cada solavanco, o coração do filho se confrangia mais, num desespero sem tamanho.
Já na Santa Casa, foi um médico japonês quem atendeu o paciente, o qual, embora dissesse que estava sob o evento de um infarto, o profissional alegava ser problema de estômago e, com certeza, deve ter sido medicado dessa forma.
Sob observação, o homem até que passou bem naquela noite.
De manhã, à hora do café, acabou tendo outro infarto e, então, não resistiu.
Findara a vida de um dos homens mais lúcidos e visionários que a cidade de São Miguel Arcanjo conheceu, pelo menos nas últimas décadas: Luiz Válio Júnior - o Gijo Válio - estava morto.
Meu pai, onde estiver, que meu coração lhe alcance para deixar esta mensagem de carinho!
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