James Foley, o jornalista norte-americano decapitado por um membro do grupo terrorista Estado Islâmico, conseguiu fazer chegar uma "carta" à sua família.
Sem papel nem caneta, Foley ditou as palavras a uma colega de cativeiro, que iria ser libertada, que as memorizou e entregou ao destinatário.
"Recordo-me de muitos momentos em família que me levam para longe desta prisão. Sonhos com família e amigos que me levam para longe e me enchem o coração de felicidade. Eu sei que estão a pensar e a rezar por mim. Sou tão grato".
James Foley relata, na carta divulgada na página de Facebook "Free James Foley", que chegou a estar numa cela com mais 17 pessoas, algo que acabou por ajudar todos os prisioneiros.
"Temo-nos tido uns aos outros para longas conversas sobre filmes, trivialidades, desporto. Temos jogado jogos com lixo que encontramos na nossa cela... Conseguimos arranjar forma de jogar damas, xadrez, "risco"... E temos tido torneios de competição, passando alguns dias a preparar estratégias para a partida ou a palestra do dia seguinte. Os jogos e os ensinamentos que damos uns aos outros têm ajudado o tempo a passar. Têm sido uma ajuda enorme", relatou Foley.
O jornalista sequestrado na Síria desde 2012 e assassinado brutalmente num vídeo divulgado na passada semana, contou também que já tinham comida diariamente e que já tinha conseguido recuperar a maior parte do peso perdido.
A carta inclui palavras especiais para os irmãos e, no final, para a Grammy, a quem Foley pede para não se esquecer de tomar os medicamentos, fazer passeios a pé e dançar.
"Mantém-te forte, porque vou precisar da tua ajuda para recuperar a minha vida".
Fonte: Jornal de Notícias
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