quinta-feira, 29 de outubro de 2020

SÃO PAULO NÃO PRECISA DE UM RUSSOMANNO!

 

Derretendo nas pesquisas, Russomanno tira Bolsonaro do material da campanha pela Prefeitura de SP.
Por Redação Ucho.Info/28 de outubro de 2020


Em matéria publicada na edição do dia 22 de outubro, o UCHO.INFO afirmou que a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacina contra a Covid-19, que só pode ser classificada como genocida, em algum momento impactaria as candidaturas de aliados políticos que concorrerão nas eleições municipais de novembro próximo.
Para quem imaginou que nossa previsão era equivocada, a decisão do candidato Celso Russomanno (Republicanos), que disputa a Prefeitura de São Paulo, de afastar Bolsonaro de sua campanha é prova maior do nosso acerto.
A estratégia de vincular o presidente da República à campanha de Russomanno foi um erro político-eleitoral desmedido, pois na maior cidade brasileira a rejeição a Bolsonaro é grande e conhecida, a exemplo do que ocorre na maioria das cidades do Sudeste e Sul do País. 
Essa sugestão partiu do secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten, que tem participado com frequência das reuniões da campanha de Russomanno.
Após afirmar, em propaganda eleitoral, que seu rival Bruno Covas (PSDB) havia alijado o governador João Dória Júnior da campanha, com direito a insinuações zombeteiras, Russomanno agora faz o mesmo em relação ao presidente da República. 
O candidato do Republicanos tem afirmado em seus programas de campanha que seu rival na disputa pelo trono paulistano é “BrunoDória”, como se Russomanno não fosse um “pau mandado” de Bolsonaro.
Se há algo latente na política brasileira, a incoerência é a primeira da fila. 
Celso Russomanno pode até criticar a gestão Covas, mas deveria saber que seu partido, o Republicanos – braço político da Igreja Universal – até recentemente ocupava cargos na Secretaria Municipal de Habitação, no Serviço Funerário e na Subprefeitura do Itaim Paulista, órgãos municipais que afundam em problemas administrativos.
De acordo com reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, em 2020 o orçamento da Secretaria Municipal de Habitação é de R$ 451 milhões.
O Serviço Funerário da capital, que é de péssima qualidade, foi investigado pela Controladoria do município. 
Em seis cemitérios, os investigadores encontraram enorme quantidade de ossos de exumação sem a necessária identificação.
Na Subprefeitura do Itaim Paulista, uma das 32 existentes na cidade de São Paulo e feudo do Republicanos, um servidor foi preso por cobrar propina de R$ 300 mil de um pequeno supermercado. 
Mas todos esses detalhes pouco importam para um candidato que tem o apoio político de um presidente que emprestou R$ 40 mil a um amigo miliciano, que por sua vez depositou R$ 89 mil na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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