Três personalidades brasileiras curto e admiro: Machado de Assis, dono de uma alma misteriosa; Ruy Barbosa, que padecia de fúria pela verdade; e Monteiro Lobato, de sangue quente, o brasileiro com quem gostaria de ter convivido intimamente.
Ao mesmo tempo que era um gênio, Lobato possuía uma alma infantil e cultivava grande amor pela natureza e pelas coisas do Brasil.
Crítico ferrenho, para ele nada estava como deveria estar; se, ao contrário, se agradasse por qualquer coisa, perdia-se em elogios e propagava sempre.
Desejou, após assistir a obra "Fantasia", de Walt Disney no cinema, que ele fixasse na telona os personagens do seu "Sítio do Picapau Amarelo", a despeito do que um dia escrevera sobre os americanos vinte anos antes.
Crítico ferrenho, para ele nada estava como deveria estar; se, ao contrário, se agradasse por qualquer coisa, perdia-se em elogios e propagava sempre.
Desejou, após assistir a obra "Fantasia", de Walt Disney no cinema, que ele fixasse na telona os personagens do seu "Sítio do Picapau Amarelo", a despeito do que um dia escrevera sobre os americanos vinte anos antes.
Foi no Correio da Manhã que expressou as maiores verdades já ditas então sobre o país:
... "o Brasil de amanhã não se elabora aqui. Vem em películas de Los Ângeles, enlatado como goiabada. E a dominação ianque vai se operando de maneira agradável, sem que o assimilado o perceba".
... "o Brasil de amanhã não se elabora aqui. Vem em películas de Los Ângeles, enlatado como goiabada. E a dominação ianque vai se operando de maneira agradável, sem que o assimilado o perceba".
Gostava dos baianos; dizia que "foram sereias que perderam o rabo, mudaram de sexo, criaram pernas, e viraram baianos, continuando, porém, na posse daquele dom terrível, qual seja o encantamento". Ademais, "fazem da amizade mais um dos pratos da cozinha baiana, um vatapá do sentimento, um efó do coração".
Gostava de bulir com os patriotas, de espicaçá-los.
Claro que patriotas, neste caso, Lobato denominava os falsos cidadãos, os mentirosos de gabinetes, os que faziam de tudo para esconder as mazelas.
Dizia ele:
- "Fizemos no Brasil uma experiência das mais curiosas: a mentira como o material de construção duma nacionalidade. A letra do Hino Nacional é a mentira número um - e esta mentira foi insinuada nas escolas para que o brasileiro apanhado ainda bem criança, fizesse da mentira uma segunda natureza".
Estava errado?
- "Fizemos no Brasil uma experiência das mais curiosas: a mentira como o material de construção duma nacionalidade. A letra do Hino Nacional é a mentira número um - e esta mentira foi insinuada nas escolas para que o brasileiro apanhado ainda bem criança, fizesse da mentira uma segunda natureza".
Estava errado?
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