DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE?
Me parece, no mínimo, estranho o esforço da mídia, políticos e oportunistas em falar sobre o meio ambiente no dia de hoje. Pessoas que, nos últimos 364 dias, nem se lembravam que um ambiente externo ao escritório existe, hoje aparecem plantando árvores e discursando sobre as futuras gerações.
Que fique bem claro que sou a favor do plantio de árvores e do respeito pelas gerações futuras, mas ver o "lobo" discursar sobre os cuidados que devem ser dispensados às "ovelhas" é mesmo um tanto estranho.
Digo que é estranho não por ser algo novo, pois se repete todos os anos, mas é estranho por estar fora de lugar, por não fazer sentido.
A mesma mídia que prega o consumo desenfreado 24 horas por dia, que dissemina padrões incompatíveis com a realidade do Planeta, no dia de hoje insiste em falar sobre a importância da preservação de nossas florestas.
Que tal falar sobre o consumo consciente, sobre a importância da participação do cidadão e, principalmente, sobre a ecologia do dia-a-dia?
A mídia pode e deve fazer a diferença, trazendo informação e conhecimento ao invés de poluição mental.
No campo da política a situação é tão séria que tenho receio de ofender alguém ao falar sobre a realidade dos fatos. Mas, para não ir muito longe, basta dizer que o Blairo Maggi, o "rei da soja", é o presidente da Comissão de Meio Ambiente no Senado brasileiro.
Chamar o dia de hoje de Dia Mundial do Meio Ambiente ou Dia da Terra é, no mínimo, irônico.
Quando a ONU, em 1972, criou esse dia o objetivo era chamar a atenção para a forma como afetamos a natureza.
O problema é que, de 1972 para cá, afetamos tanto o nosso planeta que apenas um dia por ano não é mais suficiente para criar consciência.
Como moradores desse planeta devemos agir para que, cada vez mais, o ambiente e o Planeta recebam a devida importância nos 365 dias do ano.
Que esse cuidado com nossa grande casa possa permear as decisões de nossos representantes, governantes e eleitores. E, acima de tudo, que busquemos fazer a diferença no nosso dia-a-dia, agindo de forma consciente e lembrando sempre que um bom exemplo é uma das ferramentas mais poderosas de transformação do mundo que nos cerca.
Manno França.
Obs: Manno é o moço de azul na foto acima (do site da Fundação Matutu)
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