sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O COLIBRI

Por falar em colibri...
É um passarinho rixento que só!
Mas tem tamanha destreza que nenhum outro possui!
Uma das lendas mais antigas sobre essa belezinha de ave remonta ao tempo de Simão de Vasconcelos; este historiador, inclusive, assegurava que ele mesmo era filho de... borboletas!
No México, conta a lenda que Toiamiqui, esposa do deus da guerra, transportava, ao sol, as almas dos guerreiros mortos e os transformava em colibris. Dessa forma, o colibri tornou-se símbolo da ressurreição.
Mas existe uma lenda guarani que não deixa de ter seus encantos.
Ela relata que, certa vez, houve uma festa em celebração à primavera no palácio dos colibris; todos os representantes do mundo alado acorreram para lá.
Sabiá e gaturamo, tangará, viuvinha, saci e papagaios, um inferno de barulho. Quem impunha ordem de silêncio era sempre o bem-te-vi.
Pelos cantos do salão, quieto, fúnebre, o urubu.
Imponente, o cardeal também compareceu, fazendo-se acompanhar de uma porção de periquitos.
Todos acabaram trazendo uma contribuição para a festa, desde orquídeas perfumosas e até pitangas, maracujás, goiabas, guabirobas...
A senhora Beija-flor, muito solícita, fazia as honras da casa, sem descuidar de nada.
De nada?
Ah! Bastou um segundinho só em que ela foi até à cozinha coordenar os trabalhos, e seus filhinhos esgueiraram-se até á mesa do banquete e comeram toda a sobremesa.
Pegos em flagrante pela mamãe Beija-flor, esta, imediata e severamente, após uma grande repressão, impôs que eles corrigissem imediatamente a falta:
- Vão já, seus malandros, e rápido, em busca de mais néctar para que possamos confeccionar outras sobremesas!
Eles saíram como coriscos.
Daí, então, o porquê de os colibris serem tão ariscos e assustados.

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