Nesta discussão acalorada, surgida durante a “greve” (que alguns insistem em chamar de paralisação) dos caminhoneiros, ficou a questão: quem realmente ganhou?
No “frigir dos ovos”, o que se soube foi que a, inicialmente simpática e necessária reclamação da classe transportadora rodoviária (pelo menos enquanto não feria direitos dos outros), deixou de sê-la no momento em que se escancarou a politização das lideranças.
A hipocrisia da “liberação” dos caminhões carregados com alimentos perecíveis e medicamentos foi fantástica.
Digam, com sinceridade, de que adianta “liberar” (num gesto altamente demagógico) a passagem de veículos que simplesmente não tinham como, ou onde, abastecer.
A “brincadeira” dos motoristas (ou seria dos patrões e dirigentes patronais com viés esquerdista) resultou num prejuízo estrondoso de norte a sul do Brasil.
Que só não atingiu às reinvindicações dos grevistas. Isto que a própria população – incluídos os “sabidos” caminhoneiros – é quem vai pagar a conta.
Seja através dos impostos que – com certeza – serão criados; seja em razão da natural elevação de preço causado pelo desabastecimento dos alimentos e outros bens.
A conclusão é única e óbvia: enquanto uns “patinhos” aplaudiam um movimento que fez da maioria dos caminhoneiros verdadeiras buchas de canhão, todo o Brasil (eu disse TODO) perdeu o que não podia perder.
E, quem achou que ganhou, é um iludido!
Marcelo Aiquel – advogado
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