No dia da votação do primeiro turno no Brasil, o jornal "EL PAÍS" argumentou, entre outras coisitas:
Jair Bolsonaro, um ex-capitão e paraquedista amante do Governo militar, da tortura e das execuções policiais; machista e racista, além de profundamente ignorante sobre qualquer assunto que não inclua a exibição de testosterona...
....... contratou o ultraliberal Paulo Guedes para ser seu guru na área econômica – e todos os temores desapareceram.
Basta ver a avalanche de pronunciamentos a favor dele por parte das grandes empresas, que já não escondem sua entrega ao macho alfa que promete limpar o Brasil de assassinos e ladrões.
Assim acabou a revolta que em 2016, com a liderança dos setores sociais mais abastados, conseguiu tirar do Governo, após 14 anos, um Partido dos Trabalhadores (PT) assediado pela crise econômica e a corrupção.
Para a elite brasileira, o verdadeiro perigo não é Bolsonaro, mas o PT.
Isso embora o partido de Lula nunca tenha mexido na tributação das grandes rendas nem nacionalizado uma empresa.
Apesar de ter destinado amplos recursos para ajudar grandes companhias privadas.
E apesar de que, embora milhões de pessoas tenham saído da pobreza, os ricos tenham ficado ainda mais ricos durante seus mandatos.
Boa parte dos brasileiros está convencida de que o programa oculto do PT é transformar o país numa nova Venezuela. Enquanto isso, os únicos ecos bolivarianos que se ouvem, em versão extrema-direita, provêm do candidato a vice de Bolsonaro.
Tão ou mais macho que seu chefe, o general da reserva Antônio Hamilton Mourão especula abertamente com o cenário de um autogolpe presidencial e lança a ideia de uma nova Constituição redigida por uma “comissão de notáveis”, sem representantes populares.
Palavrório puro, dizem muitos dos entregues à causa.
A autêntica ameaça é encarnada pelo PT.
E, se for preciso, deve ser freada na base da “porrada”.
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