segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MUITA SORTE, YALITZA APARICIO!

Yalitza Aparicio, a professora indígena que aspira a um Oscar histórico. 
Protagonista de ‘Roma’ é indicada ao prêmio de melhor atriz, a primeira a uma mexicana em 17 anos.

Imagem do filme ‘Roma’. AP
Cidade do México 23 JAN 2019 - 14:51 BRST

Originária de uma terra agreste, Yalitza Aparicio se tornou uma celebridade inesperada. A protagonista de Roma somou um novo marco à sua carreira na manhã desta terça-feira, ao ser indicada ao Oscar de melhor atriz por seu papel como a empregada doméstica Cleo no longa dirigido por Alfonso Cuarón
O feito amplia a drástica transformação vivida em poucos meses por essa professora rural nascida no Estado de Oaxaca (sul). 
Aparicio, que nunca antes havia parado diante de uma câmera de cinema, disputa a mais cobiçada categoria feminina com Glenn Close, Olivia Coleman, Lady Gaga e Melissa McCarthy. 
É a primeira vez que uma mexicana aparece nessa lista desde 2002, quando Salma Hayek foi indicada por Frida.
Há três anos, pendia sobre Aparicio a temível espada que ameaça a maioria das vidas de Tlaxiaco, um município de 40.000 habitantes, onde quatro a cada dez casas não têm saneamento básico
A pobreza e as carências restringem a existência de centenas de jovens que não podem romper esse ciclo inevitável. 
No primeiro dia de 2019, o prefeito de Tlaxiaco foi assassinado minutos depois de tomar posse no cargo. 
A violência não é uma desconhecida para a família Aparicio Martínez. 
A mãe de Yalitza, Margarita, é uma indígena triqui oriunda de San Juan Copala — uma etnia destroçada pelos acirrados ódios entre seus grupos políticos, que motivaram dezenas de homicídios nessa comunidade.

EL PAÍS

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