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A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT, que reúne mais de nove mil especialistas do Brasil inteiro manifestou sua profunda decepção e desconforto diante das colocações da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff sobre a saúde, durante entrevista no Jornal Nacional da TV Globo.
Para a entidade maior dos ortopedistas, a visão simplista de que trazer médicos cubanos vai resolver os gravíssimos problemas do setor de saúde comprova o desconhecimento da realidade vivida pela medicina brasileira e, em especial, pelos ortopedistas.
A manifestação da diretoria da SBOT reafirma que não se enfrenta a epidemia de vítimas do trânsito nem as longas filas de espera para cirurgias ortopédicas com medidas paliativas e eleitoreiras.
Para enfrentar os desafios existentes, entende a SBOT que se faz necessário investimento em saúde com ampliação e melhorias estruturais da rede.
O caos hoje vivido especificamente na nossa especialidade, diz a entidade que responde pelos ortopedistas e traumatologias, decorre da realidade vivida nos últimos anos da inadequação da quantidade de leitos próprios do SUS, falta de salas cirúrgicas e guias de internamentos hospitalares para a demanda da população.
A SBOT chama a atenção ainda das restrições de implantes ortopédicos, falta de exames complementares e ausência de rede de reabilitação motora suficiente para o atendimento dos pacientes. E ressalta que essa realidade nada tem em relação com os quantitativos de médicos ortopedistas formados atuando no Brasil.
A realidade vivida pelos brasileiros hoje até em cidades com grandes redes de saúde, como Rio de Janeiro e São Paulo, são filas de até quatro anos para fazer uma cirurgia eletiva como artroplastia do joelho e não por falta de ortopedistas, mas de condições.
A SBOT garante a qualidade da ortopedia e traumatologia praticada no Brasil, qualidade reconhecida mundialmente, tanto que a SBOT é referência em formação e avaliação de especialista e repudia veementemente qualquer tentativa de por em risco a boa prática ortopédica prestada no Brasil, com a importação indiscriminada de profissionais sem a devida avaliação de competência aos moldes do “Mais Médicos”.
Ainda segundo a SBOT, é estranho que a remuneração dos residentes, que são o futuro da ortopedia brasileira, seja em torno de 20% da remuneração dos estrangeiros do programa “Mais Médicos”.
A entidade diz que essa política discriminatória e eleitoreira não pode mais perdurar, muito menos se alastrar para áreas mais complexas como a Ortopedia, Ginecologia e Cardiologia, como foi dito pela candidata.
A sociedade precisa dar um basta.
A manifestação da SBOT leva a assinatura da Diretoria da entidade, que fala em nome de todos os ortopedistas brasileiros, cada um dos quais, ao contrário dos contratados estrangeiros, cursaram seis anos da Faculdade de Medicina, mais dois anos de residência e ainda fizeram o curso de especialização, antes de se submeterem às provas da SBOT, que permitem a um médico o uso do título de Ortopedista.
Fonte: SBOT
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