Partido no divã
"O PT tende a virar um arremedo do PMDB";
"Estamos assistindo ao começo do fim do PT";
"O PT abandonou a luta concreta do povo";
"O PT se divorciou de suas bases."
Essas e muitas outras críticas feitas ao partido que controla o Poder Executivo há 12 anos não vieram da oposição, mas de uma ex-petista histórica, a deputada Luiza Erundina (hoje no PSB); e de um dos ícones do partido, Frei Betto, ex-assessor especial do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ambos afirmam que, apesar de ter garantido conquistas sociais históricas, no governo o PT não promoveu as reformas estruturais prometidas ainda em 2002, como a política, tributária, agrária, previdenciária, e nem mesmo promoveu mudanças de base na educação e na saúde.
"O que falta ao governo desde 2003 é planejamento estratégico", afirmou Frei Betto ao "Estadão".
Com o ministério atual escolhido por Dilma, e a perda acelerada de apoio à presidente em todas as classes sociais, pode-se apostar que essas mesmas críticas continuarão sendo feitas nos próximos quatro anos.
A saída apontada pelo dominicano é a "volta às origens", a busca da governabilidade não apoiada nos partidos, mas nos movimentos sociais, tese que o PT vem debatendo hoje.
A ideia é ir à eleição numa frente, como acontece no Uruguai, apoiada por sindicatos, movimentos sociais, enfim, a dita sociedade civil que é a base petista.
Seria uma guinada à esquerda.
Para isso, porém, o partido teria de reconhecer seus próprios erros, fazer novos arranjos institucionais, assumir riscos, enfim, se reinventar.
O PT vai deixar a UTI ou já pode ser dado como morto?
Do Blog do Jefferson.
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