quarta-feira, 12 de março de 2014

AMORES BANDIDOS

A Polícia Civil do Distrito Federal acusa um menor de idade de ter assassinado sua ex-namorada com um tiro no rosto e compartilhar a imagem e vídeos do crime com amigos por aplicativos de celular. 
Na sequência, o jovem, que cometeu o crime a dois dias de completar 18 anos, foi para casa assistir pela televisão o jogo entre Corinthians e São Paulo. 
O corpo de Yorrally Dias Ferreira, de 14 anos, foi encontrado na segunda-feira, 10, com um tiro na testa boiando sobre uma poça d´água do Parque Recreativo do Gama, uma das cidades satélites de Brasília. 
O atual namorado da jovem, presente à identificação fotografou o corpo e também o compartilhou nas redes sociais. 
A polícia aponta como motivação do crime o fato de o jovem desconfiar que a ex-namorada saía com integrantes de uma gangue rival ao dele na cidade satélite. 
Em um outro vídeo também divulgado por ele em um aplicativo de troca de mensagens, o jovem confessa ter matado Yorrally. No relato ele diz que era ele que não queria mais sair com a jovem, que por isso estava pressionando integrantes do grupo rival ao dele para bater nele. 
"Vários já vieram falar comigo de que ela estava falando que eu tava (sic) ameaçando eles, jogando conversa fora", diz no vídeo. O casal havia se conhecido pelas redes sociais, já que a menina costuma postar fotos constantemente na rede. Tiveram um breve relacionamento. 
O acusado está preso em uma unidade de internação para menores do Governo do Distrito Federal, conhecida como Centro de Atendimento Juvenil Especializado. 
No entanto, por ter cometido o crime ainda com 17 anos, cumprirá medidas socioeducativas de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Pelas regras do código, ele deve ficar internado no máximo três anos. 
Se fosse maior de idade e respondesse de acordo com as regras do Código Penal, sua punição poderia ser de até 30 anos de prisão. 
O jovem também não pode ter sua identidade revelada por ser menor de idade. 
Segundo a polícia, ele confessou o crime em seu depoimento às autoridades. 
Contou que convidou a vítima para fumar maconha no parque. O local fica próximo à casa dele. Lá, ele a pressionou em uma conversa rápida para dizer o que ela estaria dizendo aos integrantes do grupo adversário ao seu no bairro. 
Disse que a mataria. A menina pediu para não ser morta, mas o rapaz atirou acima do seu olho direito. Ela morreu na hora. 
Ele fugiu para uma mata próxima ao local. Disse ter abandonado o revólver no caminho. Relatou ainda ter planejado o assassinato três dias antes. Neste período, obteve a arma com um conhecido. 
O crime ocorreu na tarde de domingo, 9. As buscas por ela, porém começaram à noite, depois que a mãe da vítima sentiu falta da filha e se lembrou que ela dissera que iria se encontrar com o ex-namorado. A mãe então ligou para ele questionando sobre o paradeiro da filha. Ele negou que soubesse. Mas a mãe disse que sabia que ela havia ido até a casa dele pois o GPS do celular apontava que ela esteve lá. 
O jovem então retornou ao local do crime para esconder o celular da vítima. Localizou apenas um chip em sua bolsa, que foi destruído por ele. 
Ao relatar à polícia o episódio, o criminoso foi preso e acabou confessando o crime. 
No velório, a mãe da vítima desmaiou após gritar que não queria enterrar a filha. Ela foi conduzida ao Hospital Regional do Gama. Antes, já havia passado mal e foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel (Samu).
(AE)

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