Balança comercial tem déficit de R$ 1,74 bilhão em janeiro, pior resultado para o mês em 5 anos.
Resultado foi divulgado pelo Ministério da Economia. De acordo com o governo, exportações somaram US$ 14,4 bilhões no mês passado e, importações, US$ 16,2 bilhões.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
A balança comercial registrou déficit de US$ 1,745 bilhão em janeiro, informou nesta segunda-feira (3) o Ministério da Economia.
Quando as exportações superam as importações, o resultado é superávit. Quando acontece o contrário, o resultado é déficit.
Esse foi o pior resultado para o mês de janeiro desde 2015, ou seja, em cinco anos. No mesmo mês do ano passado, o saldo ficou superavitário em US$ 1,697 bilhão.
Balança comercial
Resultado para os meses de fevereiro, em US$ bilhões
Fonte: Ministério da Economia
Exportações e importações
De acordo com o governo federal, as exportações somaram US$ 14,430 bilhões em janeiro e, as importações, US$ 16,175 bilhões.
Na comparação com janeiro do ano passado, as exportações tiveram queda de 20,2%. Já as importações registraram recuo menor: de 1,3%.
No caso das exportações, houve retração na venda de produtos básicos (-11,9%), manufaturados (-27,7%) e, também, de semimanufaturados (-25,2%).
Nas importações, o governo federal informou que recuaram as aquisições de combustíveis e lubrificantes (-15,3%) e de bens intermediários (-3,4%). Entretanto, subiram as compras de bens de capital (+6,6%) e de bens de consumo (+6,9%).
Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, a piora no resultado comercial, em janeiro, está relacionada a diversos fatores, entre eles a menor venda de petróleo ao exterior (por conta da fraca demanda mundial).
Também influenciaram no resultado o atraso no plantio e colheita da soja, a atividade internacional menos aquecida, a queda na exportação de milho e de celulose e a crise econômica argentina, segundo o subsecretário.
Questionado sobre o coronavírus, Brandão disse que, até o momento, ainda não foi relatado nenhum impacto nas operações portuárias que, segundo ele, são automatizadas na China.
"Monitoramos [os efeitos da epidemia de coronavírus no comércio internacional]. Na medida em que houver algum efeito sobre a economia chinesa, assim como outros países do mundo, o Brasil pode ser afetado", avaliou.
Segundo ele, o impacto pode se dar principalmente nas exportações brasileiras de insumos industriais. Nas vendas de alimentos, disse Brandão, o efeito tende a ser mais fraco.
Mercados compradores
De acordo com o governo, os principais compradores de produtos brasileiros em janeiro foram:
China, Hong Kong e Macau: US$ 3,672 bilhões;
Estados Unidos: US$ 1,617 bilhão;
Argentina: US$ 680 milhões;
Países Baixos: US$ 532 milhões;
Cingapura: US$ 388 milhões.
Ano de 2019 e projeções
No ano passado, a balança comercial registrou superávit de US$ 46,6 bilhões. Com isso, o saldo positivo,assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 19,6% abaixo do de 2018.
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2020 é de um saldo positivo de US$ 37,3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 32 bilhões neste ano – com exportações em US$ 225 bilhões e importações no valor de US$ 193 bilhões.
O Ministério da Economia, que não divulgou projeção para o saldo comercial de 2020, avaliou que o "menor dinamismo" do comércio internacional deve ser visto como um "fenômeno estrutural e não cíclico" e que a Argentina "continuará sendo um fator negativo".
Balança comercial teve saldo positivo de quase US$ 46,7 bilhões em 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário