“Bolsonaro está louco”, diz líder dos caminhoneiros
Depois de apoiar presidente com carreatas no ano passado, Wanderlei Alves mostra irritação com a forma como ele está lidando com a pandemia
Por Jornal GGN
-01/04/2020
Wanderley Alves, o Dedeco - depois de apoiar Bolsonaro, hoje ele critica atuação presidencial contra coronavírus. Foto: Reprodução/Facebook
Jornal GGN – “Bolsonaro está louco. Não tem outra explicação para o comportamento dele”. A afirmação é de Wanderley Alves, o Dedeco, liderança nacional dos caminhoneiros, que critica abertamente o presidente Jair Bolsonaro por atuar contra o isolamento social e se omitir de dar suporte à categoria.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Dedeco – que foi uma das lideranças da greve de 2018 e também liderou o apoio dos caminhoneiros em atos pró-governo em maio de 2019 – explica que o relacionamento com os políticos em Brasília perdeu força depois da percepção de que o governo não cumpria o que prometeu aos caminhoneiros.
O rompimento definitivo veio com a crise do coronavírus – depois de se tornar interlocutor do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, por WhatsApp, Dedeco diz que pediu por atendimento de saúde na estrada para os caminhoneiros. “Ele nunca mais me respondeu, e a foto dele sumiu do zap”, conta.
A proposta do líder dos caminhoneiros é que o governo federal instale postos de atendimento a cada 300 quilômetros nas rodovias. Nesses hospitais de campanha, os caminhoneiros poderiam fazer testes rápidos para a COVID-19 e, se houvesse necessidade de isolamento, o trabalhador ficaria em um espaço reservado na tenda.
Dedeco explicou que chegou a ficar doente na estrada, mas que o coronavírus exige mais cuidados para que outros colegas não sejam contaminados – uma preocupação que Bolsonaro não teve desde sua volta dos Estados Unidos. “Como pode o presidente, sabendo dos riscos, convocar manifestação, sair dando a mão para o povo?”, questiona.
GGN
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