Ainda arrumando minha discoteca, de repente, caiu um papelzinho.
De imediato, nem pensei em debruçar-me e pegá-lo, mas depois...
Era o desenho da carinha de um caipira recortado em papel cartolina branco.
Com muito cuidado, pude ver que o papel se abria e deixava ver um convite, escrito assim:
À esquerda, a palavra
CUNVITE.
À direita, as palavras: - Cunvidamo vois mecê e também sua famiá pra participá da festança lá no arraiá, dia 26 de junho, lá pelas 3 hora em benefício da Caixa Escolar Mário Possani, Vila Caiçara.
O ruim era que esqueceram de colocar o ano da festa, no que pecaram, é claro!
Onde já se viu?
A gente que vive pesquisando aqui e ali quer localizar a data por inteiro, se não não chega na história.
Aí o convite é fechado e atrás vê-se o nome do destinatário/convidado ANTONIO FRANÇA e V. S. M. A.
Na minha cabeça, o Antonio seria um motorista ou cobrador de ônibus.
E as iniciais VSMA me lembrou VISMA, ou melhor, Viação São Miguel Arcanjo.
Será que era isso?
Bem, a escola existe: chama-se Escola Municipal Mário Possani, de Praia Grande, e foi inaugurada em 24 de julho de 1969.
O patrono é Mário Possani, do qual encontrei até sua biografia no site da escola.
MÁRIO POSSANI nasceu na Itália em 09 de setembro de 1894, na cidade de Verona.
Veio com seus pais para o Brasil aos três anos de idade.
Foi morar em Jundiaí, onde viveu parte de sua vida, casou-se com Bertina Hoff, com quem teve nove filhos.
Como todo imigrante, teve uma vida muito difícil e, durante o período do governo de Getúlio Vargas, perdeu tudo o que até então havia conquistado, pois durante a 2ª Guerra Mundial, com o rompimento das relações comerciais do Brasil com os países do eixo (Alemanha. Itália e Japão), desencadeia uma série de medidas rigorosas de disciplina e segurança nacional nas comunidades de imigrantes e descendentes de alemães, italianos e japoneses.
Mário Possani mudou-se com a família para São Paulo a fim de começar uma nova vida. Com a ajuda de seus filhos lá montou uma pequena transportadora, a qual dirigiu até sua morte. Este modelo de empresa familiar foi responsável pela união e integração da sua família.
Na década de 50, comprou uma casa no Balneário Flórida, município da Praia Grande, na antiga Rua 16, inicialmente para o descanso e lazer de toda família, mas logo começou a trabalhar como Administrador Regional do Balneário Flórida, buscando soluções para os problemas da região.
A casa de lazer tornou-se então um ponto de referência para a comunidade que ali vivia, um lugar onde se reuniam políticos, autoridades, empresários e moradores para tratar das questões que envolviam o Balneário Flórida tais como tratamento de água, iluminação, coleta de lixo e a limpeza da caixa d’água que abastecia a região.
Participou da fundação do Rotary Clube de Praia Grande, tornando-se um dos diretores e membro assíduo.
Mário Possani colaborou com a manutenção da "cidade da criança", efetuando doações e ajudando no transporte de doações efetuadas por outros colaboradores.
Sua morte em 5 de maio de 1969, com 75 anos, ocorreu na sua casa do Balneário Flórida, tendo sido assim relatada no jornal Panorama da Praia Grande em 10 de maio do mesmo ano.
E QUEM SERIA O ANTONIO FRANÇA?
Vou atrás...

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