quarta-feira, 16 de setembro de 2020

TANTO O VICE-PRESIDENTE COMO OS MINISTROS, SECRETÁRIOS, ASSECLAS, ETC., VIVEM APENAS DO TRABALHO DE LANÇAR O TAPETE PRO BOZO PASSAR. MAIS NADA IMPORTA NEM A ESTE E NEM AOS OUTROS.


Após estragos na pandemia, negacionismo do governo avança de forma covarde sobre o meio ambiente.
Por Redação Ucho.Info/15 de setembro de 2020.


Tudo indica que o negacionismo, não importando a área, é a marca registrada do governo do presidente Jair Bolsonaro, que até o momento não conseguiu mostrar a que veio. 
Após o presidente da República negar a ciência em relação à pandemia do novo coronavírus e ignorar as regras sanitárias contra a Covid-19, agora é a vez do vice Hamilton Mourão negar a realidade dos fatos envolvendo a questão ambiental.
Tendo como pano de fundo as queimadas que têm devorado a Amazônia e o Pantanal, com direito à destruição dos respectivos biomas e à morte de espécies ameaçadas de extinção, Mourão sugeriu nesta terça-feira (15) que os dados sobre incêndios divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) foram manipulados por algum opositor do governo que trabalha no órgão.
“Eu recebo o relatório toda semana. Até dia 31 de agosto, nós tínhamos 5 mil focos de calor a menos do que 31 de agosto do ano passado, entre janeiro a agosto. Agora, o Inpe não divulga isso. Por quê?”, indagou o vice-presidente.
Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, fez tal comentário ao falar sobre os dados relativos às queimadas na Amazônia registrados pelo sistema de satélites do Inpe e de outros organismos internacionais que monitoram o meio ambiente em todo o planeta.
O vice-presidente acrescentou: “Não é o Inpe que está divulgando. É o doutor Darcton [Policarpo Damião] lá, que é o diretor do Inpe, que falou isso? Não. É alguém lá de dentro que faz oposição ao governo. Eu estou deixando muito claro isso aqui. Aí, quando o dado é negativo, o cara vai lá e divulga. Quando é positivo, não divulga”.
De acordo com o Inpe, as duas primeiras semanas de setembro de 2020 (até o dia 14) registraram mais focos de queimadas do que todo mês de setembro de 2019 – 20.486 contra 19.925, respectivamente.
Segundo o vice-presidente da República, o governo está “no campo combatendo isso aí”, em referência às queimadas, e os números “têm que melhorar”.
Perguntado sobre o eventual responsável pela divulgação de dados negativos (sic), Mourão alegou desconhecer. Ele declarou não ter suspeitas do nome do suposto opositor do governo dentro do Inpe. “Eu não sou o diretor do Inpe. Então, eu não sei [quem é o opositor].”
O Inpe informou que não comentará as declarações do vice-presidente.
O pesquisador Gilvan Sampaio, responsável pela área do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que monitora as queimadas no Brasil, declarou que “jamais faria manipulação de dados”.

Fio trocado
Na última semana, Mourão reclamou dos dados divulgados pelo Inpe quando perguntado sobre reportagem do jornal “O Globo”, que revelou ter o instituto detectado que o número de focos de calor registrados na Amazônia entre 1º de janeiro e 9 de setembro deste ano foi o maior para o período desde 2010 – 56,4 mil, alta de 6% em relação ao mesmo período de 2019.
Hamilton Mourão disse que o Inpe estava “se contradizendo”, já que os dados recebidos indicavam redução nas queimadas. Contudo, os dados citados pelo vice-presidente eram relativos a período mais curto que o informado na reportagem: entre 1º de janeiro e 31 de agosto.
“Eu vi essa notícia ali que você está comentando e digo, ora, pô, então está em desacordo com o que eles mesmos me mandam”, disse Mourão na ocasião.
Em agosto, o sistema do Inpe apontou que a Amazônia teve 29.307 registros de queimadas, queda de aproximadamente de 5,2% em relação a agosto do ano passado, quando foram registrados 30,9 mil focos de calor.
Entretanto, o número de queimadas na região, foi 12,4% maior do que a média histórica registrada para o mês, que é de 26.082 focos, e o segundo maior registrado desde 2010.
A incompetência do governo Bolsonaro e a falta de compromisso de seus integrantes com questões primordiais representam uma ode à irresponsabilidade, algo que os brasileiros de bem devem combater com veemência e contundência, pois é inaceitável que o Brasil continue à deriva.
Apesar da devastação provocada por incêndios na Amazônia e no Pantanal, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que pelo menos deveria ter convocado uma coletiva de imprensa para explicar as ações do governo para combater as queimadas, simplesmente recolheu-se ao silêncio obsequioso.
O mesmo aconteceu com Jair Bolsonaro, que deveria ter visitado os locais das tragédias ambientais e declarado apoio aos governadores que enfrentam a fúria do fogo em seus estados. Preocupado apenas com seu projeto de reeleição, o presidente é, além de tudo, um ignaro político sem precedentes.
Fosse minimamente inteligente em termos políticos e eleitorais, Bolsonaro já teria desembarcado em meio ao fogo que devora a Amazônia e o Pantanal. 
Só não o faz porque continua rezando pela cartilha do agronegócio, com quem selou um pacto durante a campanha de 2018.

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