Vitória de Joe Biden nos EUA é importante para a democracia e decreta o fim da normalização do absurdo.
Por Redação Ucho.Info/07 de novembro de 2020

Após tensa e polarizadíssima campanha eleitoral e uma apuração de votos tensa e dramática, com direito a ameaças e impropérios de Donald Trump, o democrata Joseph Robinette Biden Jr., ou simplesmente Joe, foi eleito presidente dos Estados Unidos, para desespero dos populistas da extrema direita.
Neste sábado (7), Joe Biden superou a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, número mínimo para ser declarado presidente, após conquistar a vitória na Pensilvânia, segundo projeções da imprensa americana.
“América, estou honrado de ter sido escolhido para liderar nosso grande país. O trabalho à nossa frente será duro, mas eu prometo: serei um presidente para todos os americanos, tenham vocês votado em mim ou não”, afirmou Biden em sua conta no Twitter.
Com o resultado, Donald Trump tornou-se o primeiro presidente norte-americano no cargo a perder a reeleição desde George H. Bush, em 1992.
Antes de Bush, não se reelegeram os então presidentes Gerald Ford e Jimmy Carter.
Como esperado, Trump recusa-se a reconhecer a vitória do adversário e afirmou, em comunicado, que sua campanha abrirá processo legal “para garantir que as leis eleitorais sejam completamente respeitadas e que o vencedor legítimo seja empossado”.
O resultado da trepidante eleição é divulgado em momento particular do cotidiano dos EUA, que segue como o país mais atingido pela pandemia de Covid-19, doença que nos últimos dias vem batendo seguidos recordes de casos confirmados.
Não obstante, Trump vem tentando nas últimas semanas implodir a confiança no processo eleitoral americano, como se ele próprio não tivesse sido eleito em 2016 debaixo do mesmo sistema que agora lhe impõe uma amarga derrota.
Por sorte, a estratégia do inquilino da Casa Branca falhou.
A postura beligerante e irresponsável de Donald Trump é encarada como a maior ofensiva contra a democracia americana em décadas.
Além disso, há em todo o país uma crescente preocupação com a possibilidade de atos violentos por parte dos apoiadores do atual presidente dos EUA, que dava sua reeleição como certa.
Apesar das muitas promessas de que a eleição americana será judicializada até o último instante, Donald Trump mostra com seu comportamento tosco de garoto mimado o quão perigoso seria sua permanência à frente da maior economia do planeta.
Aos jornalistas éticos e responsáveis não cabe comemorar a vitória de um candidato, mas, sim, expressar alívio pelo fato de a democracia ter sido resgatada de um torvelinho autoritário que diuturnamente ameaçava o status civilizatório da humanidade, além de abrir caminho para o neofascismo.
A polarização político-ideológica continuará em marcha nos Estados Unidos, até porque o estrago provocado por Trump na vida do país não é pequeno, mas caberá a Joe Biden, a partir de 20 de janeiro próximo, agir para distensionar um cenário que ao longo dos últimos anos escancarou e reforçou as desigualdades existentes na maior potência global.
Apesar de um cenário complexo em termos políticos e de governança, que requer cautela e muito trabalho, a democracia respira aliviada e a civilidade agradece.
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