sábado, 6 de fevereiro de 2021

LONGE DE MIM A VACINA TOCADA POR AMEBAS!

 

Lobby em favor da Sputnik V e ameaça à Anvisa mostram que há algo estranho por trás da vacina russa.
Por Redação Ucho.Info/05 de fevereiro de 2021.


A sabedoria popular verde-loura instituiu que toda peculiaridade nacional – absurdos inclusos – deve ser considerada jabuticaba, pois, dizem, jabuticaba existe somente no Brasil. 
Daí surgiu a tese de que “se não é jabuticaba e só tem no Brasil, não é coisa boa”. 
É verdade que algumas “jabuticabas” são tão absurdas, que a alcunha é mais do que válida.
Esse introito serve para explicar a bizarrice política que tomou conta da Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 produzido na Rússia. 
No momento em que a pandemia do novo coronavírus avança em “strike” particular – infectando milhões de pessoas e matando outras tantas – e o planeta corre desesperadamente atrás de vacinas, no Brasil há lobista atuando em favor da Sputnik V.
Na quinta-feira (4), o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, afirmou em tom de ameaça que “enquadraria” os diretos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em razão da suposta demora na aprovação de uso emergencial de vacinas contra o novo coronavírus.
Apesar de a Anvisa ter eliminado a exigência da fase 3 dos testes clínicos para aprovação em caráter emergencial, Barros afirmou que os diretores da agência não estão preocupados com a pandemia, por isso criam dificuldades, o que não é verdade.
A ameaça causou ruído na Anvisa e o presidente do órgão, Antônio Barra Torres, rebateu o ataque e cobrou do líder do governo provas ou retratação. 
A temperatura subiu na Esplanada dos Ministérios, obrigando o presidente Jair Bolsonaro a entrar em cena e pedir moderação, pois a Anvisa não pode ser pressionada politicamente.
Como sempre afirma o UCHO.INFO, na política inexiste coincidência, ou seja, tudo acontece de caso pensado e com o devido planejamento. 
Ricardo Barros é líder do governo Bolsonaro e não agiria da forma como agiu sem o consentimento do presidente da República.
Aliás, como noticiamos na edição de quinta-feira (5), Bolsonaro vem pressionando a Anvisa por não querer amargar outra derrota no campo das vacinas, já que o governador João Dória Júnior (PSDB), de São Paulo, ganhou o primeiro round da queda braços que se formou no entorno das vacinas.
Diante do anúncio do governo federal de que mais 30 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 serão adquiridas, preferencialmente a Sputnik V, as aves de rapina que rondam a Praça dos Três Poderes, em Brasília, levantaram voo e começaram a agir.
Ultrapassa as fronteiras do absurdo uma ação de lobby para convencer um governo incompetente e negacionista a comprar vacinas contra a doença que parou o planeta nos últimos doze meses.
A Sputnik V será fabricada no Brasil pelo laboratório farmacêutico União Química, que selou parceria com o Instituto Gamaleya, da Rússia. 
O dono da União Química é o empresário Fernando Castro Marques, que na eleição de 2018 concorreu a uma vaga no Senado pelo Solidariedade do DF, mas acabou derrotado.
Naquele ano, além de bancar a própria campanha, Castro Marques aportou R$ 1 milhão em duas campanhas eleitorais: a de Rogério Rosso (PSD), que concorreu ao governo do DF e recebeu R$ 700 mil, e a de Cristovam Buarque, que tentou a reeleição ao Senado pelo PPS, mas tropeçou nas urnas.
Coincidência ou não, o diretor de Relações Internacionais da União Química é Rogério Rosso, ex-deputado federal e ex-governador do Distrito Federal. 
Ex-integrante do Centrão, Rosso concorreu à presidência da Câmara dos Deputados, em 2016, com as bençãos de Eduardo Cunha, que está preso na esteira do escândalo do Petrolão. 
Rosso perdeu a disputa para Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Um dos próceres do Centrão é Ricardo Barros, cujo trajetória política dispensa apresentações, pelo contrário. Barros foi um destacado integrante do grupo político do então deputado federal José Mohamed Janene (PP-PR), mentor intelectual do esquema criminoso que devorou os cofres da Petrobras. 
Janene, o “xeique do Petrolão”, morreu em São Paulo no dia 14 de setembro de 2010, vítima de cardiopatia.
Que o Centrão existe à sombra do proxenetismo político todos sabem, mas o grupo parlamentar começou a cobrar a fatura com muita rapidez e volúpia. 
Ricardo Barros, como revelou ao UCHO.INFO, nesta sexta-feira, um ex-deputado federal que foi filiado ao PP, Ricardo Barros “é uma águia”. 
Considerando que o Congresso Nacional é um imundo balcão de negócios, todo cuidado é pouco.
Além disso, não custa relembrar a atuação de Ricardo, enquanto ministro da Saúde, para tentar aprovar a fórceps um medicamento usado no tratamento de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), doença que atinge principalmente crianças. 
O fármaco em questão, de nome L-asparaginase, seria fornecido por um laboratório paraguaio, que comprava o produto de uma empresa chinesa. Sem sede no Paraguai, o tal laboratório funcionava (sic) em um escritório de contabilidade localizado na Grande São Paulo.
O UCHO.INFO denunciou o esquema em janeiro de 2017, com absoluta exclusividade, como é possível conferir nas matérias abaixo, o que levou o então ministro Ricardo Barros a se descontrolar nos bastidores, tendo disparado impropérios contra o editor deste portal em reuniões reservadas da pasta. 
Em suma, o presidente da Anvisa que fique tranquilo, pois Ricardo Barros é daqueles que só ameaçam.
Confira abaixo a série de matérias sobre a polêmica envolvendo Ricardo Barros e o laboratório paraguaio.



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