Por Redação Ucho.Info/23 de abril de 2021.
Em 2018, ao finalizar sua participação em debate entre presidenciáveis, Jair Bolsonaro dirigiu a palavra aos eleitores e afirmou ser o único candidato capaz de resolver os problemas do Brasil. Na ocasião, apesar de todas as críticas e ofensas sofridas, o UCHO.INFO afirmou que a declaração de Bolsonaro não passa de colossal farsa, pois sua trajetória política e a pequenez do raciocínio nos davam tranquilidade para tal afirmação.
Quase 28 meses depois da estreia de um governo que mais se assemelha ao picadeiro do circo mais próximo, Bolsonaro luta contra o óbvio e a realidade dos fatos por que seu objetivo é terminar o mandato atual e eventualmente conseguir esticar sua estada na Presidência da República.
Após se transformar em refém do sempre famigerado Centrão, o presidente sancionou o Orçamento de 2021 com quatro meses de atraso, mas tratou de vetar alguns pontos como forma de não violar o teto de gastos, ao mesmo tempo em que direcionou verbas a emendas parlamentares dos aliados políticos. A grande questão é que os tais vetos cortaram recursos destinados a setores importantes, como Saúde, Educação e Meio Ambiente.
A primeira consequência grave desse pífio Orçamento surgiu com integrantes da equipe econômica, ainda comandada por Paulo Guedes, anunciando a suspensão do Censo, ferramenta importante para que, a partir de uma “fotografia” do País e da população, o governa consiga definir as políticas públicas. O Censo, que por determinação legal deve acontecer a cada dez anos, estava programado para 2020, mas em razão da pandemia foi adiado.
A alegação de que o Censo não será realizado por fata de verbas não convence, pois o governo tem condições de remanejar recursos para garantir a execução do levantamento tão importante e necessário para planejar o futuro da nação. Na verdade, falta vontade política do governo e sobram razoes ideológicas para a não realização do Censo, que deve ficar para 2022.
Na esteira das graves consequências da pandemia do novo coronavírus, pioradas pela incompetência oficial, o governo Bolsonaro simplesmente manda pelos ares a possibilidade de o IBGE realizar o levantamento estatístico, como se tal decisão nada representasse. Com 14 milhões de desempregados, outros 30 milhões subutilizados, milhões de cidadãos sem moradia, diversas e pontuais consequências decorrentes da Covid-19 nos 5.569 municípios brasileiros, o governo deixa de destinar R$ 2 bilhões ao censo do IBGE.
Quando o UCHO.INFO faz críticas a políticos e governantes, no caso em questão a Jair Bolsonaro, não se trata de jornalismo de encomenda ou ativismo jornalístico, pois, como sabem os que acompanham o nosso trabalho, o compromisso primeiro e maior deste portal é com a verdade dos fatos. Aqui faz-se jornalismo com ética e responsabilidade, sempre respeitando o leitor, enquanto o governo de Jair Bolsonaro é movido pelo amadorismo e chafurda no cocho do revanchismo ideológico.
Para quem disse reunir todas as condições para resolver os problemas nacionais, Jair Bolsonaro é uma piada de mau gosto a circular no paraíso do faz de conta.
Mesmo assim, ninguém consegue compreender a decisão de grandes investidores internacionais quererem distância do Brasil.
Enfim…
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