terça-feira, 30 de maio de 2023

CONTINUO COM O L.

 

Refém do banditismo político, Brasil avança com rapidez em perigoso caminho sem volta.
Por Redação Ucho.Info/29 de maio de 2023




Em 2001, meses antes de lançar na rede mundial de computadores o que viria a ser o UCHO.INFO, o editor tomou uma decisão que o obrigou a desistir de alguns projetos pessoais. O motivo foi a necessidade de ajudar a salvar o Brasil e os brasileiros, mudando a realidade política brasileira a partir do uso da internet. O objetivo era não apenas informar o leitor e denunciar escândalos, mas mostrar o lado peçonhento da política.
Prestes a completar 22 anos, este site assiste à dilapidação do Estado e da nação por parte de políticos e autoridades, que agem sem cerimônia e apostando na impunidade. Por ocasião da publicação das primeiras denúncias sobre o esquema de corrupção que teve a Petrobras como epicentro, destacamos a importância de se respeitar os limites da lei durante as investigações e eventuais julgamentos, sob pena de os culpados se tornarem vítimas do aparelho estatal.
Sob a batuta de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba abriu caminho para que a extrema-direita pudesse despejar sobre o País o radicalismo criminoso, sempre acompanhando por seguidas doses de populismo barato. O Petrolão funcionou como arca de Noé para os radicais do direitismo bandoleiro, que se escora no discurso fascista “Deus, pátria, família e liberdade”.
No rastro dos casos de corrupção, Jair Bolsonaro se apresentou ao eleitorado como “salvador da pátria”, mas desde então afirmamos que o outrora deputado federal pelo Rio de Janeiro era – e continua sendo – o que se conhece como “mais do mesmo”. Os escândalos recentes não deixam dúvidas a respeito.
Para governar, levando adiante uma narrativa torpe e absurda, sempre amparado por falsas louvações a Deus, Bolsonaro foi obrigado a se render às chantagens do Centrão – o que há de pior na política nacional –, entregando aos bandidos com mandato um respeitável quinhão do suado dinheiro público. Exemplo maior é o criminoso “orçamento secreto”.
Acostumados à roubalheira institucionalizada, os integrantes do Centrão e seus adjacentes passaram a exigir cada vez mais do governo, colocando em risco a democracia e o Estado de Direito. O desejo dos parlamentares de alterar a composição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enviou ao Congresso Nacional uma Medida Provisória sobre o tema, é um claro sinal de que o País cambaleia à beira do precipício. A demarcação de terras indígenas e o desrespeito à legislação ambiental são outros exemplos.
A esses proxenetas da política pouco importa se a crise econômico-social se estenda por mais quatro anos, desde que fique pavimentado o caminho para o retorno de algum extremista ao Palácio do Planalto. Assim poderão continuar assaltando os cofres públicos, sempre agarrados ao falso bom-mocismo.
Como sempre afirmamos, encerrado o período eleitoral, os eleitos começam a trabalhar de olho na próxima eleição, sugando o máximo possível do Estado e ignorando com veemência as muitas promessas de campanha. Os barrados pelas urnas procuram alguma forma de ressurgir em cena, até porque, mesmo sendo bruto e sujo, o jogo da política também conta com alternância.
Durante mais de duas décadas, alertamos para a importância de o cidadão se interessar e se preocupar com as questões políticas, mas tudo indica que o nosso esforço foi em vão. No Coliseu em que se transformou a sede do Parlamento, o Brasil é reiteradamente entregue aos leões, sempre dispostos a avançar sobre o Estado como forma de manter interesses paroquiais e amealhar fortunas.
Há dias, um delinquente intelectual, que chafurda no cocho do bolsonarismo, ousou afirmar que o Brasil estaria em melhor situação não fosse a eleição de Lula. 
Somente uma rês do rebanho comandado por Jair Bolsonaro é capaz de acreditar que em cinco meses é possível mudar o cenário de lambança deixado pelo governo anterior. 
Há enorme e sensível diferença entre nutrir ojeriza ao PT e se recusar a enxergar a realidade.

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