segunda-feira, 21 de abril de 2014

UM TEXTO DE JOSÉ AGNALDO FOGAÇA

INTERVALO

YES, POBREZA!
Novamente fui convidado para escrever neste jornal. E aceitei, é claro, para espanto do Antonio Contente e da Alik Kostakis, que jamais acreditaram que existem pessoas nesta cidade que me consideram um bom cronista. 
Tento ser... 
Tento cantar a minha aldeia e, quem sabe um dia, ela será universal; mas por enquanto, ela continua pobre, bem pobre, cheia de mão de obra ociosa, tentando agarrar os milagres do céu.

FALANDO EM MISÉRIA ORGANIZADA,
gostaria de lembrar ao Sr. Ari Frutuoso que a imagem da Televisão continua péssima e solicitar, através desta minha coluna, que ele use toda a sua alquimia profissional para impedir que o pobre lazer dos pobres seja arruinado - e infelizmente isto está acontecendo há muito tempo -, pela pobreza espúria e contagiosa chamada incompetência.

POBRES PROFESSORES,
continuam em greve e o milionário Sr. Orestes Quércia não tá nem aí com a classe que maciçamente (mais de 80%) sufragou o seu nome para governador em 1986. 
Acho que tá na hora da dona Noêmia "rodar a baiana" outra vez.

BRASILEIROS E BRASILEIRAS,
ao invés de vocês ficarem ouvindo os discursos desse lixo que o Maranhão pariu (como bem diz Tarso de Castro em seu Pornopress) assistam a novela das sete - Avilan é realmente o Brasil dos vilões e lá pelo menos alguns ministros, apesar de burlescos e babacas, são duramente castigados, levando sempre a cada capítulo um baita chifre; e além disso, a Giulia Gan está ótima, mil vezes melhor que as Marlis e as Kiolas deste reino tão pobre de consciência.

TULA,
meu caro amigo, continue sempre assim, ao lado dos pobres, gritando contra as falcatruas, desviando-se dos descalabros. Não importa que te chamem de demagogo, não importa que te vistam de rótulos; fique incólume e dispa-se eternamente dessas virtudes burguesas. Elas são literalmente pobres. Vai... que eu acredito em você (...). Seu espírito é rico.

BYE, BYE, NARA LEÃO,
fique certa que eu fiquei bem mais pobre sem você. 
Não vou falar pelos outros, porque conheço gente que, blasfemando sua arte, jamais ouviu você cantar qualquer música. 
Falo por mim que um dia cantei com você (...). 
Pluft é um dragão mágico e quando está feliz solta fogo pelos olhos e pelo nariz. 
Bye, bye, Nara Leão, meu consolo é saber que uma banda te espera lá no céu ( Aqui não tem banda, não). Tem o Braz... mas falta a banda. 
Bye, bye, Nara Leão. 
Ainda bem que você foi de carona com o Chico Landi e vai chegar a tempo de ouvir os anjos cantarem cândidos e cheios de bossa.

BYE, BYE, POBREZA:
um sonho de quinze de novembro de 1989, ou talvez um pesadelo em dois turnos.
José Agnaldo Fogaça - 12/06/1989
Fonte: Jornal "A Hora de São Miguel Arcanjo", edição 18/06/1989.

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