Por: Reinaldo Azevedo/
Publicada: 28/01/2019/7:51
Leonardo Alves Diniz, 33 anos: trabalhava na Vale havia 10 anos. Era seu dia de folga, mas atendeu a uma convocação para um plantão especial. Não vai voltar para casa.
Os governos de Romeu Zema e de Jair Bolsonaro não são culpados pela tragédia de Brumadinho.
Enquanto escrevo, 58 corpos foram encontrados. Há nada menos de 350 desparecidos.
Os partidários de ambos, em particular os do presidente, vociferam furiosos nas redes, disparando ofensas para todos os lados. Não dão a mínima para as vítimas. Tudo, para essa gente, é guerra ideológica.
Mas sigamos.
Eles não são culpados, mas o que eles pensam é.
“Como? Agora você está acusando pensamentos, Reinaldo?” Calma, leitor amigo! Vá caçar sapo, leitor inimigo!
Mas não na área de desastre de Brumadinho. Os sapos também morreram. Junto com as pessoas, os cães, os gatos, o gado, as casas, as histórias, as esperanças, a memória.
Pode não parecer, mas um tanto do país ficará soterrado lá para sempre.
Agora, a equipe de Bolsonaro se esforça para passar uma borracha em tudo o que a turma dizia sobre meio ambiente até minutos antes da tragédia.
O presidente, o general Augusto Heleno (Gabinete da Segurança Institucional) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) falam em tornar mais rigorosa a legislação.
Pois é…
Só para as barragens ou para o meio ambiente?
Governantes — homens público no geral — são responsáveis pelos sentimentos que mobilizam e pelos apoios que atraem. Mais fiscalização ou menos?
Mais rigor nas licenças ambientais ou menos?
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