Novos aposentados só podem fazer empréstimo consignado 90 dias após concessão do benefício.
Pessoas que estão prestes a se aposentar vêm recebendo telefonemas com ofertas de empréstimo consignado. INSS reconhece que é possível haver vazamento indevido de informações.
Por Jornal Nacional
Novos aposentados só podem fazer empréstimo consignado 90 dias após concessão do benefício.
Já estão em vigor novas regras para a contratação de empréstimo consignado.
É aquela modalidade de empréstimo com desconto direto na aposentadoria.
A ligação foi no telefone fixo na casa da dona Vera, com uma proposta que ela achou muito estranha.
“A moça disse:
‘A senhora quer fazer um empréstimo consignado conosco’? Aí eu falei:
‘Mas eu nem fui aposentada ainda, não recebi o papel oficial de aposentadoria’.
Mas ela disse: ‘Eu já sei’.
Eu perguntei para ela:
‘Mas como que você está sabendo’?
E ela:
‘Ah, a gente tem uma maneira de saber’”, contou Vera Maria Bebiano.
Casos como o da dona Vera se tornaram muito comuns e levaram até a mudanças nas regras para obtenção de empréstimos consignados.
Elas foram anunciadas no fim de 2018, e agora entraram em vigor.
Valem para todas as novas aposentadorias.
Estão proibidas as abordagens, as ofertas de crédito consignado nos primeiros 180 dias.
E nos primeiros 90 dias a conta do aposentado fica bloqueada para a contratação de empréstimos.
“Se o beneficiário se interessar e precisar fazer o empréstimo consignado, ele vai ter quer aguardar o prazo de 90 dias para procurar uma instituição financeira”, explicou Marcia Eliza de Souza, diretora de Benefícios do INSS.
O próprio INSS reconhece que é possível que exista vazamento indevido de informações dentro do sistema.
E existe um processo administrativo para apurar onde e como ele estaria acontecendo.
“Tentar entender, procurar saber dentro desse fluxo, entre a concessão e o recebimento do benefício, qual o momento que está havendo esse vazamento de informações”, completou Márcia Eliza.
Os chamados correspondentes bancários, empresas que prestam serviços aos bancos e financeiras, são cerca de 300 mil no Brasil, com 1,5 milhão de pessoas envolvidas - dados do sindicato do setor, que aprova as novas medidas.
“Num primeiro momento, deixa o pessoal chocado porque você vem num determinado ritmo e muitos iniciantes ficam esperando sua aposentadoria para tomar o recurso emprestado. Afinal de contas, o momento não é fácil. Que esse tipo de abordagem seja um pouco mais civilizado e que atenda no fim ao interesse do consumidor”, disse Edson João Costa, presidente da Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito.
Instituições financeiras que violarem as novas regras estão sujeitas a suspensão e até rescisão de contratos com a Previdência.
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