Liberação de agrotóxicos pelo ministério da Agricultura é questionada no STF.
Na ADPF, Partido Verde afirma que liberação expõe a população e o meio ambiente a riscos incalculáveis.
quinta-feira, 4 de julho de 2019
O Partido Verde (PV) ingressou com ação no STF para questionar nove atos do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que liberaram o registro de mais de 200 agrotóxicos no Brasil nos seis primeiros meses de 2019. A ação foi distribuída ao ministro Marco Aurélio.
Na ADPF 599, a legenda sustenta que os atos questionados contrariam frontalmente diversos preceitos fundamentais da CF, entre eles o direito à saúde e à alimentação e ao meio ambiente equilibrado.
Segundo o PV, a autorização para o registro "acelerado e irresponsável" dos novos agrotóxicos, muitos dos quais proibidos pela legislação internacional, está na contramão da tendência mundial e dos estudos sobre o tema, uma vez se mostram perigosos para a saúde humana e o meio ambiente. "A liberação de novos produtos contendo estes agrotóxicos não foi precedida de análise séria de segurança química nem de impacto tóxico e ambiental."
O partido destaca que, entre os agrotóxicos liberados, estão ao menos 11 proibidos no exterior, como o Fipronil, o Imazetapir, o Sulfentrazona e o Sulfoxaflor.
Esse último, afirma, foi banido nos EUA por ser um dos principais responsáveis pelo extermínio de abelhas em algumas regiões daquele país.
O registro dessas substâncias, segundo o PV, "expõe de modo perverso toda a população a riscos incalculáveis de contaminação e de desenvolvimento de diversas doenças, sem que os cidadãos tenham qualquer possibilidade real de defesa".
A legenda pede a concessão de liminar para suspender os efeitos dos Atos 1, 4, 7, 10, 17, 24, 29, 34 e 42, todos do ministério. No mérito, requer a declaração de inconstitucionalidade dos atos questionados.
Processo: ADPF 599
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