terça-feira, 7 de janeiro de 2020

REPRESENTANTE DO BRASIL EM TEERÃ FOI CONVOCADA PELOS IRANIANOS.

Itamaraty diz que representante do Brasil em Teerã foi convocada pelas autoridades iranianas.
General iraniano foi morto em ataque ordenado pelos EUA na semana passada, e Brasil disse em nota apoiar luta contra terrorismo. Itamaraty informou que não divulgará conteúdo da conversa.
Por Roniara Castilhos e Filipe Matoso, TV Globo e G1 — Brasília.


Itamaraty informa que diplomata brasileira foi convocada em Teerã.
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta segunda-feira (6) que a encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, foi convocada pela chancelaria iraniana. Segundo o Itamaraty, o teor da conversa é reservado e não será divulgado.
A informação sobre a convocação foi publicada pelo site do jornal "O Globo" e confirmada pela TV Globo.
Na semana passada, o principal general iraniano, Qassem Soleimani, foi morto em um ataque ordenado pelo governo dos Estados Unidos. Segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, o ataque serviu para"parar" uma guerra, não iniciar uma (entenda a crise no vídeo mais abaixo).
Um dia após o ataque, o Itamaraty divulgou uma nota na qual disse apoiar a "luta contra o flagelo do terrorismo". Na nota, o governo brasileiro condenou um ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, cidade onde Soleimani foi morto, mas não condenou a morte do general iraniano.
"Informamos que a Encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, assim como representantes de países que se manifestaram sobre os acontecimentos em Bagdá, foram convocados pela chancelaria iraniana. A conversa, cujo teor é reservado e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática", informou o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda.


Entenda a crise entre Irã e EUA depois de morte de Soleimani

'Poderio bélico'
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer, antes de o Itamaraty divulgar a nota, que o Brasil não se manifestaria sobre o assunto por não ter "poderio bélico".
Bolsonaro afirmou ainda que conversaria com autoridades americanas porque os dois países são aliados em muitas questões.
"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, eu opinaria", afirmou o presidente na ocasião.


Bolsonaro volta a descartar ingerência na política de preços de combustíveis.

Efeitos da crise
Um dos efeitos da crise entre Estados Unidos e Irã foi o aumento no preço do barril de petróleo. Segundo a Reuters, a alta chegou a 0,45% nesta segunda-feira, com o barril a US$ 68,91.
No Brasil, Bolsonaro tem afirmado que o governo não vai interferir no preço dos combustíveis, mas que a alta é o que "mais preocupa" neste momento.
Nesta segunda-feira, o presidente se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco. Após o encontro, Castelo Branco disse que há"liberdade total" no Brasil para os preços de derivados de petróleo, como os combustíveis.
Outro efeito provocado pela crise foi a queda no fechamento das bolsas de valores internacionais.

G1

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