sexta-feira, 2 de abril de 2021

O PROBLEMA DE UMA AMIGA QUE VIVE, GRAÇAS A DEUS, DENTRO DE UMA FAMÍLIA QUE É TODA ELA CHEIA DE AMOR.





Esse texto escrevi em 2017... Mais nunca foi tão atual...
Falo nesse texto de uma forma generalizada, e não pessoal, um pouco do vivenciamos no dia a dia.... Ainda mais agora em época de isolamento social, onde ficamos literalmente a mercê de nós mesmos pra lidar com tudo!
Vinícius, meu filho, te amo muito!!! Por vc, seu pai Douglas Ruivo e eu seríamos capazes de tudo!!!
O autismo não te define, só é uma característica de vc!
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Esse mundo novo que o autismo nos apresenta, e ao qual, nenhuma mãe está preparada, é muito cruel e solitário... e não importa se são leves, moderados ou severos, todos são autistas.
As cobranças em cima de nós é algo desumano, algo que fere e machuca. 
Somente nós sabemos o quanto é complicado educar e criar e mostrar limites, para os nossos filhos, e sempre vai ter alguém nos julgando que não sabemos educar, não sabemos lidar e que com eles seria diferente...
A indiferença que nossos filhos recebem são como facadas na alma, tantos de pessoas estranhas, como principalmente daqueles que são de nosso sangue, a "família" que deveria acolher e nos dar apoio, se tornam indiferentes e isso se torna mais palpável quando o segundo filho é "normal" e a preferencia antes já vista se torna quase sufocante e material.
É cruel quando as escolas (não é o meu caso, Graças a Deus, mais conheço muita gente que passa por isso), rejeitam e negam uma vaga pra sua criança, por simples medo de ter muito trabalho ao lidar com o desconhecido. Ou então aceitam o autista apenas para colocar no currículo que ela é escola inclusiva, mais não tem estrutura e nem qualificação para receber essa criança...
É triste ver a saúde publica, ao qual pagamos tantos impostos e recebemos tão pouco, não oferecer tratamento de qualidade dentro do que nossos filhos realmente precisam, e nós termos que ir atras de terapias e especialistas, caríssimos, visto que tanto o governo quanto nossos planos de saúde não cobrem.
Quantas mulheres e quantos homens, (muitos mais mães do que pais) que se veem sozinhos, abandonados por seus companheiros, quando o diagnostico vem, e junto, alem da culpa que todos passamos, temos o sentimento de perda de alicerce... quantas famílias que não resistem a esse mal...
E quantas de nós que literalmente deixou tudo... todos os sonhos e desejos, trabalho, escola e amizades, para simplesmente se dedicar almejar a melhora do filho... e quantas criticas recebemos por simplesmente não estarmos "contribuindo financeiramente para com a família"?
Se eu fosse falar aqui de tudo que sentimos, vivemos e vemos depois que o autismos entrou em nossas vidas, não parariam jamais, pois as pessoas a nossa volta da todos os nomes possíveis (conselhos, toque, indicação...) para mostrar o quanto se incomodam com nossos filhos e o quanto o preconceito vive nelas camuflado sob uma mascara de amizade falsa.
Nesse dia 02 de abril não temos muito o que comemorar... Claro que as conquistas ja foram grandes... mas até os direitos de nossos filhos serem levados a sérios e terem valia, e que o preconceito enrustidos das pessoas sejam aniquilados, vamos viver sob constante batalhas... e batalhas solitárias, onde somente quem tb vivencia o que vivemos pode nos entender.
E vamos em frente, pq nossos filhos precisam de nós.
E vamos lá família azul...

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