Leon Gustavo Korkes gostava de escrever e possuía várias criações literárias no site Recando das Letras.
Separei três para a gente ler e orar juntos.
Mataram o amor!
- Mataram o amor! Gritava um homem, numa rua movimentada.
E o povo que na hora ali ia passando... passava.
Não fosse a vida tão dura e a poesia tão pouca... n’alma.
Não fosse tão curto, o tempo...
Talvez parassem... e ouvissem ao seu lamento.
Mas ninguém o escutava.
- Mataram o amor! Os pulmões estourando, no seu maior brado.
E as faces sem rosto, impávidas, sequer o miravam...
Não fossem as coisas tão impessoais e todos tão indiferentes
Não fosse a realidade tão “real”, esmagadora, onipresente
Ouvindo a estranha sentença, talvez alguém resolvesse parar...
Mas ninguém parecia o escutar.
- MATARAM O AMOR! O franco desespero tomando vulto
O tremor aparecendo, o choro incontido vertendo
As lágrimas escorrendo, sem pudor, no rosto resoluto
Não fosse tudo ser exatamente como é...
Talvez do pobre homem, alguém tivesse compaixão... mas não.
- Mataram...
A frase ficou incompleta, soluçava, a voz lhe faltava...
Um homem parou a sua frente, baixou-lhe os olhos, tristes:
- Sim... mataram! Disse simplesmente...
E seguiu sua caminhada.
O homem ajoelhou sob o peso dessa afirmação, arrasado, na rua suja do centro...
E fez-se o silêncio.
Lembrança
Pensando no que fiz, nas coisas que fiz, hoje sorrio
Lembrando do tanto que insisti... do “sonho”, que persegui.
Da energia e do tempo, do grande amor, que dispensei a ti...
Hoje... me divirto.
Lembrando que cheguei a me esquecer de mim...
E que procurei em vão, ser algo diferente (melhor talvez), só pra te agradar
Queria teu coração e estava disposto a pagar, pois o desejei pra mim
O “preço”, qualquer que fosse, que ele exigisse... enfim.
Lembro que media minhas palavras, assim como meus atos...
E tantas vezes, triste, calei no peito, coisas que deveria dizer.
E relevava, as (grandes) bobagens que me dizia, fingindo esquecer.
Deixava de lado minha incompreensão e orgulho...
E segurava minha fúria... pra não te ferir...
Chego à conclusão óbvia, enfim, de que procurei palavras que não existem...
Pra explicar algo “inexplicável”... (???)
Para alguém... que nunca quis ouvir.
Mas não existe mágoa, não há "dor", nem nada ruim...
Lembro com (algum) carinho, acredite ou não...
eu faço isso!
E assim, a vida continua... sem maiores complicações ou quaisquer culpas...
Hoje... eu me divirto!
Natureza
Me importava com meus brinquedos,,,, ciúmes.... posse...
Passou
Me importei com minhas roupas, com meus bonés... passou
Meus tênis...
Passou
Me importava com minha nota, meu 'status'...
Passou
Com minha popularidade, com minha notoriedade...
Passou
Me importei com carros.... motos...
Dinheiro...
Drogas... mulheres....
Passou
Mulheres...(sempre)
E com dinheiro (sempre)...
E passou...
Hoje me importo comigo...
E com a mulher (que será minha responsabilidade)
E com filhos
E com a vida.
Eu envelheci
E vou passar
LK
Um comentário:
Meu querido e amado primo!
Postar um comentário