No dia 2 de outubro de 2019, Migalhas esteve na sede da Polícia Federal em Curitiba para uma entrevista exclusiva com o ex-presidente Lula.
Os assuntos referentes a questões jurídicas foram editados e contextualizados para o leitor migalheiro. Todos os trechos já estão disponibilizados.
Olvidamos, assim, certos trechos com cunho político, e que poderiam dar ensejo a especulações errôneas acerca dos motivos da entrevista. Agora, por dever histórico, trazemos a íntegra da entrevista.
Assista:
37 dias antes de ser solto, o ex-presidente Lula concedeu ao Migalhas entrevista exclusiva na sede da Polícia Federal, em Curitiba/PR. Entre os temas, a suspeição de Sergio Moro e a confiança no Judiciário.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando perguntado acerca da malfadada Fundação Lava Jato - aquela com a qual a força-tarefa de Curitiba pretendia gerir um orçamento bilionário voltando para "políticas públicas" - vaticinou que a entidade era "um partido político que o Dallagnol queria criar".
"Prender cidadão do jeito que eles fizeram, manter o cara condenado 30, 40, 50 anos, e depois falar para o cara: olha, tem um prêmio. O baú da felicidade é vocês citarem o nome do Lula." A afirmação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em entrevista exclusiva ao Migalhas na última quarta-feira, 2, assegura: sempre foi objeto de desejo da operação Lava Jato.
"A desgraça de quem conta a primeira mentira é que passa o resto da vida mentindo para justificar a primeira mentira. E eles construíram a mentira do Dallagnol, do PowePoint. O Moro construía a mentira do contexto. Com base nisso, nada valia", afirmou Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista exclusiva ao Migalhas.
"Demonstrou uma relação humanista muito grande", disse Lula sobre ligação do ministro Gilmar Mendes ao ex-presidente durante o velório de seu neto. "Por detrás daquela fisionomia dura, às vezes carrancuda, tem humanismo." O episódio foi revelado ao Migalhas em abril, em entrevista concedida pelo ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates.
Ao falar do atual presidente da República, Lula lembra que Bolsonaro foi eleito, tem quatro anos de mandato e pode governar. "Não adianta a oposição ficar inquieta querendo que o Bolsonaro derreta, que ele acabe." A fala foi proferida em entrevista exclusiva concedida pelo ex-presidente ao site Migalhas. "Deus queira que ele faça a coisa certa, para o povo brasileiro não sofrer", destaca. E finaliza: "o mesmo povo que elege é o mesmo povo que deselege, que não elege outra vez".
O ex-presidente Lula segurava nas mãos o recém-lançado livro de confissões lançado pelo ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, quando encontrou com a equipe do site Migalhas para uma entrevista exclusiva. Entre suas falas, Lula contou que sempre soube da "farmacinha" de Janot, apelido de geladeira que o ex-PGR mantinha com bebidas alcoólicas no gabinete. "Essa gente não tem noção da responsabilidade do cargo que exerce."
"É preciso respeitar pessoas que estão exercendo o cargo." Essa é a opinião do ex-presidente Lula ao criticar promessa de cargo no Supremo antes de haver vaga aberta na Corte. A declaração é referente à promessa de Bolsonaro a Moro sobre vaga de Celso de Mello - que só será pego pela compulsória em novembro de 2020. Ao Migalhas, o ex-presidente alfinetou: "tem uma coisa que a gente traz da educação que a gente teve".
Assista:
Migalhas esteve ontem na sede da Polícia Federal, em Curitiba, para uma entrevista exclusiva com Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente falou sobre o Supremo Tribunal Federal, a operação Lava Jato e as declarações de Rodrigo Janot no recém-lançado livro.
Tendo sido o presidente da República após a redemocratização que mais indicações fez ao STF – foram oito durante os dois mandatos -, Luiz Inácio Lula da Silva assegura: não se arrepende de nenhuma delas. Nesta quarta-feira, 2, diretamente da sede da PF em Curitiba, onde cumpre a condenação na operação Lava Jato, o ex-presidente concedeu uma entrevista exclusiva ao Migalhas.
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Em entrevista exclusiva nesta quarta-feira, 2, Luiz Inácio Lula da Silva rebate a ideia de que estaria desrespeitando a Justiça por se recusar a progressão para o regime semiaberto – solicitado pela força-tarefa da Lava Jato.
Veja a explicação do ex-presidente abaixo:
Lula comenta julgamento do STF sobre a ordem das alegações finais em caso de corréus (colaboradores e não colaboradores). Confira.
Migalhas esteve há pouco na sede da Polícia Federal, em Curitiba, para uma entrevista exclusiva com Luiz Inácio Lula da Silva. Na longa conversa, opiniões contundentes do ex-presidente sobre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, o papel da Suprema Corte brasileira, e a influência norte-americana no país. Com o recém-lançado livro de Rodrigo Janot nas mãos, Lula assegurou: até o último suspiro, vai gritar e lutar por sua inocência. Acompanhe logo mais toda a cobertura no site Migalhas.
Memórias do Cárcere
2 de outubro de 2019 - Realizando o mais lídimo exercício democrático de informar, Migalhas foi ontem à sede da Polícia Federal de Curitiba para entrevistar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso há 544 dias.
Cumprindo todos os trâmites legais (petição à juíza da vara de execuções, manifestação do MPF e da defesa), foi-nos autorizada a entrevista, na qual queríamos abordar as questões eminentemente jurídicas.
Chegamos à sede da PF por volta das 8h. Os policiais, que tratam a todos com cerimonioso respeito, indicaram a sala para montagem do equipamento de filmagem no 3º andar.
Antes, visitamos, em frente ao edifício, a vigília montada por grupos e associações que, indefectivelmente, dão bom dia (9h), boa tarde (14h30) e boa noite (19h) ao ex-presidente, em alto e bom som.
Acerca do prédio da PF, interessante anotar que, por ironia do destino, foi construído na gestão de Lula, sendo Marcio Thomaz Bastos o ministro da Justiça – há até mesmo uma placa na entrada com essa informação.
Às 9h25 o ex-presidente irrompeu a sala.
Usando a mesma gravata usada quando depôs ao então juiz Sergio Moro no caso que o levou à prisão, Lula cumprimentou um a um, sentou-se na cadeira adrede colocada atrás de uma pequena mesa, e começamos a conversa que durou regulamentares 60 minutos.
O que foi dito ali os leitores irão ver hoje, e nos próximos dias, nos vídeos que estamos selecionando de acordo com os temas.
Esclareça-se que a edição se justifica para que fiquemos apenas circunscritos às questões afetas ao meio jurídico, deixando os eventuais comentários políticos para os veículos especializados.
Independentemente das paixões e crenças ideológicas que cada um respeitosamente tenha, queremos crer que se trata de um registro histórico.
Ademais, ouvir o que o ex-presidente da República tem a dizer em seu cárcere, concordando-se ou não, é um salutar exercício democrático.
De modo que, ouçamo-lo.
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