sábado, 16 de junho de 2012

JOTA J. DE MORAES, ADEUS.


Um dos maiores conhecedores da música, principalmente da clássica, ele poderia ser chamado de “Biblioteca Ambulante”, tal cabedal de informações que possuía dos mais variados temas e assuntos, integrante do “Grupo Estadão” e professor em escolas superiores de gabarito, na capital paulista.
Jota J. de Moraes, que em sua infância, na Quintino Bocaiúva, aprendeu o sentido da vida com seus pais, Jota Messias e a inesquecível professora Nair Messias, mas também com Ananize Rezende, entre o som de gementes violões ele, atento, ouvia as histórias, com emoção e criatividade da veneranda senhora sobre Itapetininga. Com uma velha máquina fotográfica registrava os pontos históricos e pitorescos da cidade e através dos “retratos” elaborava magníficos textos a respeito do assunto. Estudante aplicado cursou o “clássico” na Peixoto e formou-se em Letras na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, na Vila Barth, sob a direção de José Ozi, depois doutorando em música e artes na ECA da USP.
Uma vida estudantil repleta de realizações: no legendário “Grêmio Fernando Prestes”, no teatro, com José Luiz Holtz, Beth Abrão, Cândida Reis e outros; na agitação do conturbado regime militar, os protestos e nos festivais de música apresentados na própria “Peixoto” e “Clube Venâncio Ayres” com Tereza, Regina e Neusa Aboarrage e Lobo, de São Miguel. Na Capital Paulista o jornalismo “No Jornal da Tarde” e “Estadão”, sobre música e no Jornal do Brasil, crítico musical de uma lisura impar, argumentava que crítica, assim como a conhecemos hoje, é um fenômeno relativamente novo. Ela foi uma das muitas conseqüências da invenção da invenção da imprensa, e seu grande prestígio, a sua força, vem do século passado.”. Professor na USP e outras instituições superiores de ensino. Foi conselheiro artístico da Sociedade de Cultura Artísticas de São Paulo; lançou o Livro “O que é a Música”; compôs diversas canções, e, ultimamente dedicava-se à atividade de professor, responsável por concorridos cursos de “Introdução à História da Música”. Vítima de Insuficiência Respiratória, J. Jota de Moraes, 68 anos morreu nessa última terça-feira, em São Paulo e foi sepultado em Itapetininga.



-Alberto Isaac para o Correio de Itapetininga, edição 380.

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