sábado, 29 de julho de 2017

RIO DE JANEIRO, TÃO LINDO...


© Agência Brasil /Estadão Conteúdo 

Um contingente de 8,5 mil militares começou ontem a reforçar a segurança nas ruas em diversos pontos da região metropolitana do Rio, que vive uma escalada da violência nos últimos meses. O deslocamento das tropas, em ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União. A previsão é de que os soldados fiquem até o fim do ano que vem.
O grupo se soma a outros agentes federais que já reforçam a segurança no Estado - 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) - 740 desses já estavam no Rio.
Mas o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ressaltou que a atuação das Forças Armadas no policiamento não será igual à de ações anteriores - a primeira, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, foi há 25 anos. 
Praças e oficiais não farão patrulhamento nem ocuparão comunidades, para se retirar depois, quando os criminosos voltavam. Agora, os militares desenvolveram ações de inteligência, a serem usadas pelas Polícias Civil e Militar.
----------------- "Nosso carro-chefe é a inteligência, porque é ela que vai dar as informações para que a gente possa golpear o crime organizado e não apenas inibi-lo, como nas operações anteriores. Os cariocas (em operações militares do passado) tinham uma sensação, muito justa, de segurança, porém, quando a gente se retirava, porque é impossível ficar por muito tempo, voltava àquela situação de medo e vulnerabilidade anterior", disse o ministro.
Uma das ações mais marcantes de uso de soldados contra criminosos no Rio nos últimos anos se deu no Complexo da Maré, entre abril e junho de 2015. Após a saída das tropas, o local foi novamente tomado por traficantes.
-----------  "Vamos atuar pontualmente. Não será uma ação de ocupação de território como fizemos, por exemplo, na Maré. Isso dá uma sensação de segurança, mas quando nos retiramos, volta a situação de medo", disse Jungmann.
Apesar das afirmações do ministro, os militares, armados de fuzis e usando coletes à prova de balas, seguiram alguns procedimentos típicos de patrulhamento. Assumiram posições no Arco Metropolitano, na Linha Vermelha, na descida da Ponte Rio-Niterói, em Niterói, em São Gonçalo, e até na zona sul da capital, além de outros lugares.
Em alguns pontos, usaram carros blindados e promoveram pequenas blitze de trânsito. Reduziam o espaço para passagem para apenas um veículo, observavam seus ocupantes e checavam documentos de motociclistas. Em Copacabana, na zona sul, soldados montaram guarda na orla. Não houve registro de prisões.
Em vídeo, Temer disse que o problema da insegurança no Estado "inquieta e angustia todos os brasileiros". 
A ação federal é uma resposta ao alarmante crescimento da criminalidade no Rio, com alta de homicídios, latrocínios e roubos, em meio à grave crise financeira no Estado. Esses crimes têm sido cometidos com armas pesadas, como fuzis, além de granadas e explosivos. Neste ano, 91 policiais militares já foram mortos no Estado - mais do que em todo o ano passado. Houve também civis, incluindo crianças, mortos em tiroteios e durante operações policiais.

Promessas
A atuação dos militares na segurança do Rio vai até o fim de 2018. Por razões orçamentárias, o decreto determina que a operação de GLO seja realizada até 31 de dezembro, mas deve ser prorrogada no começo do ano que vem.
Segundo o ministro, a primeira fase da ação será de "reconhecimento" do território pelos militares. O foco da operação estará na região metropolitana, e o contingente militar ficará distribuído pelo Estado.
Após o reconhecimento, as tropas reforçarão ações das polícias Civil e Militar em operações pontuais para coibir o crime, com base na inteligência que produzirem. "Essa operação visa exatamente a chegar ao crime organizado e a suas cadeias de comando. O elemento surpresa é central para desmantelarmos o crime organizado", justificou. 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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