sábado, 23 de abril de 2022

DIRETAMENTE DA PÁGINA DO AYR NO FACE:

Há uma onda hipócrita contra a esquerda, contra o PT e outros partidos esquerdistas, com a imposição de que a extrema direita que aí está defende a moral, os bons costumes. 
Nesta onda de hipocrisia incriminam os esquerdistas como impositores da arte promíscua, acusando-os de que quando estavam no governo estimulavam “a pouca vergonha” na televisão, no teatro , etc. 
Pois então, os tais extremistas de direita e seus asseclas são defensores da ditadura militar, um período que, para eles, não tinha corrupção, não tinha “a pouca vergonha” e outras “imoralidades”. 
Mas, infelizmente, a coisa não era bem assim, os generais do governo ditatorial, os delegados de polícia e outros torturadores pouco estavam se importando com a “pouca vergonha”, eles queriam mesmo é perseguir, e perseguiam até a morte os “comunistas”, como chamavam qualquer pessoa que não aceitava a truculência imposta pelo regime, quem ousava denunciar a tortura, quem nas entrelinhas de uma música acrescentava críticas ao governo. 
Os militares do governo eram corruptos sim, e além de corruptos, também eram “sem-vergonha”, viviam nas suas “putarias” como ocorre hoje quando muitos políticos têm seus “inferninhos” para deleitarem suas orgias sexuais, que o digam as madames que apresentam a eles (homens de fé, defensores da família e assíduos frequentadores da marcha de Cristo) catálogos de garotas de programas. 
Estes tais, assim como seus defensores em seus currais eleitorais que criticam a Anita, o Pablo Villar como “desavergonhados”, que fingem enrubescer diante de tanta “imoralidade” como o beijo gay nas novelas, precisam saber que a ditadura não se importou nem um pouco em destruir o Cinema Novo, um movimento cinematográfico brasileiro que criticava a desigualdade social, a ditadura não esboçou qualquer dificuldade para que no mesmo período nascesse a pornochanchada, um movimento cinematográfico cuja essência era a pornografia, filmes “besteirentos” que eram exibidos até em eróticas madrugadas na TV aberta para o deleite inclusive de homens que nos seus cotidianos pregavam contra a imoralidade, etc. 
A moral da família brasileira da época não se importou de assistir no horário nobre da televisão o conjunto Secos e Molhados, tendo Ney Matogrosso seminú com sua sexy dança, ou de apreciar nas ruas cartazes de propagandas de peças teatrais como “Oh Calcutá” ,“Todo Mundo Nú”, e capas da revista Playboy com suas mulheres nuas nas bancas. 
Enfim, esses extremistas de direita vislumbram Jair Bolsonaro como a reserva moral da nação. 
Esses mesmos extremas direita são os mesmos que querem impor ao Brasil à condição de país “moralista” , de reduto da família exemplar e da “pessoa de bem”, tudo isso sobre a aura de um “Mito” que justificou o recebimento de auxílio-moradia “pra comer gente”, e que disse para uma deputada, “você não merece ser estuprada porque é muito feia”.

AYR ANTUNES

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