sábado, 22 de novembro de 2014

A MAGIA DO MAU TEMPO, SEGUNDO JAN STRUTHER

A escritora e poetisa Jan Struther, inglesa, nascida no ano de 1901 e falecida em 1953, vítima de um câncer, costumava mandar editar seus livros depois que já havia publicado os textos e artigos de alguma forma em jornais e revistas. E foram muitos.
Seu trabalho mais famoso é o romance "A Senhora Miniver", onde narra a vida de uma família de classe média britânica durante a Segunda Guerra Mundial. O l
ivro foi transformado em filme estrelado por Walter Pidgeon e Greer Garson, e ganhou seis Oscars em 1942, incluindo o prêmio de Melhor Filme.
Num livro editado em 1946, intitulado "A Pocketful of Pebbles", Jan  constata sobre a magia do mau tempo e o que ele causa nas pessoas.
Veja só:
"As condições climáticas (e, com isso, quero dizer: o tempo fora do comum) unem as pessoas, fazem desaparecer as intrigas sem importância, promovem a cooperação entre os cidadãos.
Quando as calçadas estão cobertas de gelo, e todo mundo anda em desequilíbrio, há nas ruas uma espécie de companheirismo que normalmente não existe.
Escorregando e cambaleando, as pessoas sorriem e falam umas com as outras.
São os alvos comuns de uma piada que retirou a todos o equilíbrio e as reservas.
A ventania tem quase o mesmo efeito. Os chapéus voam, os casacos adejam, os guarda-chuvas viram pelo avesso e os seus donos se contorcem com o riso involuntário.
Caminhando contra o vento, ou sendo empurrados por ele, olham-se e partilham da mesma aventura.
Não podemos desmontar a intrincada teia da civilização, e não o faríamos se pudéssemos.
No entanto, quando algo o faz por nós, há um pequeno demônio rebelde, escondido dentro de nossas almas bem treinadas, que salta para fora, rejubilando por causa do imprevisível e do incalculável".
Não é mesmo verdade?
Agora, essa do demônio rebelde é o máximo. 
Só Jan Struther pensou assim.

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