quinta-feira, 7 de julho de 2016

EDUARDO CUNHA "FOI-SE"!


Eduardo Cunha durante o anúncio da renúncia

Eduardo Cunha chegou à Câmara e foi recebido por gritos de "Fora Cunha", além de um pequeno grupo de aliados, os que lhe restaram. 
Cunha limitou-se a fazer um pronunciamento, sem responder perguntas. 
Emocionado, não conteve as lágrimas, mas suas palavras foram repletas do cinismo que é sua marca registrada: 
------ "Reafirmo que não recebi vantagem indevida de quem quer que seja". 
Se disse "vítima de perseguição" e garantiu ter a consciência tranquila da inocência e de que contribuiu para que o Brasil se tornasse melhor.
Cunha deixa a presidência da Câmara pela porta dos fundos, mas ainda sonha que Michel Temer cumpra o que lhe prometeu, a tal "proteção"que revelei em primeira mão para salvar seu mandato. 
Mas nem seus aliados acreditam que ele consiga escapar da cassação seja qual for a manobra articulada pelo Palácio do Planalto e seus aliados. 
Quando Dilma foi afastada, Cunha zombou, dizendo:
-------- "Tchau, querida". 
Agora à tarde nas redes sociais viralizaram as imagens de Cunha choroso e a frase:
-------- "Tchau, querido".

Reprodução da Veja online
Blog do Garotinho




O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha vai renunciar ao cargo esta tarde. A carta foi escrita ontem à noite e será lida no dia de hoje. Neste momento Eduardo Cunha está no Supremo Tribunal Federal pedindo autorização para ir até à Câmara hoje para ler a sua carta de renúncia. A informação foi me passada há poucos minutos por um deputado do PSC que é fiel aliado do deputado Eduardo Cunha. Pelo que se sabe até agora não foi feito nenhum acordo para preservação do seu mandato. Vamos aguardar os próximos capítulos.


Eduardo Cunha chega à Câmara para anunciar renúncia
Eduardo Cunha chega à Câmara para anunciar renúncia


Eduardo Cunha acaba de ler uma declaração anunciando sua renúncia. Nosso blog, que foi o primeiro veículo em todo o país a anunciar a renúncia (às 12h10), obteve agora há pouco outra informação importante.

A saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara foi negociada pessoalmente por Michel Temer, que lhe garantiu proteção. Não sei bem o que quer dizer "proteção" no caso de Eduardo Cunha, envolvido em mais de uma dezena de casos de corrupção. Alguém cogitou a hipótese de sua cassação de mandato ser colocada durante o recesso legislativo em sessão extraordinária, na qual não se alcançaria o número de votos necessários para a perda do mandato. O PMDB em bloco fugiria da votação e outros deputados alegariam viagens ao exterior ou motivos de força maior. A verdade é que Cunha está debilitado após a prisão de seu operador, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, e será um escândalo ainda maior não cassá-lo, e apenas se consumar sua renúncia da presidência da Câmara. O mesmo interlocutor que me garantiu com antecipação a renúncia de Eduardo, afirmou que a derrota de ontem do governo no plenário só aconteceu porque Cunha quis dar uma demonstração a Michel Temer do seu poder de fogo, e o governo perdeu por 4 votos a urgência na Medida Provisória que trata da renegociação das dívidas dos estados. Temer sentiu o golpe e então resolveu dar a chamada "proteção" a Cunha.

É bom lembrar um breve histórico de acusações já comprovadas que pesam hoje contra Eduardo Cunha.

Recebimento de R$ 5 milhões de propina paga por Júlio Camargo pelo aluguel de navios-sondas da empresa holandesa SBM.

Recebimento de R$ 52 milhões depositados em contas na Suíça, Israel e Estados Unidos pela Carioca Engenharia como propina para a liberação dos recursos do Fundo de Investimento do FGTS para as obras do Porto Maravilha.

Transferência de recursos articulados por ele para a conta do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pela OAS.

Agora sabe-se também que as outras empresas que trabalharam em obras financiadas pelo FI-FGTS também deram propinas a Eduardo Cunha, que somadas chegam a R$ 100 milhões, fora os R$ 50 milhões da Carioca Engenharia.

Ainda virá à tona a parceria entre Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Fernando Cavendish, atualmente preso em Bangu 8. Cavendish chegou a ter R$ 11 bilhões em contratos com governos estaduais e federal até ao surgimento da CPI Cachoeira-Delta.

Outro que já está em cana é Ricardo Magro, sócio de Eduardo Cunha, na máfia dos combustíveis.

O que se sabe de Cunha ainda é pouco. Na medida em que os dias forem passando e as investigações avançando não há "proteção" que salve a pele de Eduardo Cunha.

No vídeo abaixo, minha filha, deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) pergunta a Eduardo Cunha se ele tem contas no exterior no seu nome ou se possui offshores. Com a frieza e o cinismo de sempre, Eduardo Cunha respondeu à deputada Clarissa que não possuía nenhuma conta no exterior, e que tudo o que ele tinha estava declarado no seu Imposto de Renda. Ou seja, ao mentir para Clarissa, Cunha deixou a porta aberta para que o Conselho de Ética começasse a investigá-lo, e aí tudo começou a vir à tona.

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