sexta-feira, 24 de março de 2023

FERIADO DE 9 DE JULHO E LUIZ VÁLIO JÚNIOR, MEU PAI.

 

E por isso vamos relembrar um texto escrito por FERDINANDO CIPÓ JÚNIOR, um dos vários pseudônimos de LUIZ VÁLIO JÚNIOR, meu pai.
O artigo dele foi publicado no extinto jornal "Folha de São Miguel Arcanjo" do dia 22 de julho de 1972:

"OS CONSTITUCIONALISTAS"
O Estado de São Paulo comemorou solenemente, em todas as camadas sociais, a memorável revolução constitucionalista de 32.
As personalidades que se destacaram na época são hoje relembradas com carinho e ardor patriótico.
Capítulos epopeicos são trazidos à baila para conhecimento dos homens atuais, formulando ideias da intenção do movimento.
A história nos mostra os patrícios paulistas que lutaram com heroísmo, objetivando a concretização das opiniões dos democratas envolvidos na consecução do plano de constitucionalização do país.
Mostras sangrentas engajam-se em várias partes de nossa Pátria.
Golpe profundo no coração dos paulistas se abriu, deixando pingar, das suas veias, o amor e derramando na areia da poesia mãe os versos de ofensa ao Hino Nacional.
Quarenta anos se passaram e São Paulo grande nacionaliza o feito constitucionalista. Feito que só em 1945, com a vitória dos aliados na Segunda grande Guerra Mundial, encontra a plenitude intencional.
Daí partem os esforços dos cidadãos responsáveis para aperfeiçoar, cada vez mais, a constituição - pátria.
São Miguel Arcanjo, este pedacinho de chão encravado neste miraculoso Estado berço do Brasil não poderia calar ante as manifestações sentidas por todos os que amam a democracia.
Através dos constitucionalistas locais, representados nas figuras dos que pudemos apurar, este município junta-se às manifestações.
Colaboraram diretamente no Movimento de 1932, segundo nosso conhecimento, os seguintes são-miguelenses: Major Luiz Válio, exercendo as funções de Comandante da zona compreendida dentro das divisas do município até Pilar do Sul; Ciro Terra, como Delegado de Polícia, exerceu o policiamento militar; Pedro Ribeiro Vaz; Euzébio Pereira de Assis, José Ibrahim, este servindo de ligação entre o Comandante Major Luiz Válio e os vários setores em luta, desempenhou inestimável trabalho em prol da causa; Aristeu Válio; Amâncio Pinto; Francisco Eleutério e outros.
Acabou-se a revolução quando as tropas federais preparavam-se para bombardear nossa cidade.
Nas divisas com Capão Bonito, no bairro do Taquaral Abaixo, foi onde se registrou o maior conflito.
Ali ficaram para sempre as almas de muitos combatentes.
Até hoje se pode verificar nesse local buracos abertos à guisa de trincheiras numa dantesca demonstração do que foi a cena.
O feito mais notável dos são-miguelenses foi a abertura da estrada com passagem para autos, em apenas quinze dias, de São Miguel a Pilar do Sul.
A ligação telefônica com os grupos em lutas foi também obra bem ousada, pois disto partiu a facilidade da retirada das tropas paulistas.


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