Quem conhece o Miguel Terra sabe que ele vai passar o resto de sua vida fabricando notas e estorinhas para o seu jornal.
Vai terminar sua trajetória na terra dando valor apenas a uma casta de camaradas: os seus amigos.
Onde se reúnem os tais amigos dito culturáveis?
Quem comparece nesses encontros?
Quem esteve presente neste último encontro?
Não sei quem é o professor Celso e pergunto: será que ele conhece a fundo a cultura de São Miguel Arcanjo?
Qual seria a cultura que ele conhece?
Por que aqui se prefere os artistas que vem de fora?
Artistas daqui cobram pouco cachê e não há como montar-se um pé de meia através deles.
Qual o papel de certos nomes lembrados por Miguel Terra que realmente tiveram a ver com a cultura local?
Ora, a maioria deles pertenceu a algum grupo musical ou alguma banda e só.
Que cultura o tal grupo reunido na sala cultural quer trazer de volta?
Cultura é coisa do povo e se ela se perdeu e nunca mais voltou, é sinal de que o povo não a teve de fato.
E depois, resgatar para que?
Para entregar um troféu ao passado?
Ou para premiar a rapaziada que frequenta o Clube do Dudu ou a Casa da Praça?
Temos que dar chance a todos os cantores, compositores, artistas plásticos, poetas, escritores, declamadores, grupos de teatro, do jeitinho que um dia fizemos no "Projeto Domingueiras", que o prefeito Antonio Celso Mossin sempre prestigiou.
E, Miguel, no fundo, no fundo, ainda acabo admirando você.
De todos os seus amigos de fé, apesar dos pesares, você tem aí o seu jornalzinho e joga nele toda a sua capacidade de criação e independência, que muitos deles jamais terão.
Isso é muito bom.
Portanto, dê manchetes mais otimistas para o povo.
Mostre mais este povo, tá?
DÊ-LHE IDENTIDADE!
VOCÊ PODE!
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