segunda-feira, 28 de julho de 2014

JÁ NÃO FALTA MAIS NADA NESTE PAÍS...

O juiz Amaury de Lima e Souza foi detido acusado de beneficiar uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas da região sudeste.
“Ah, p..., eu estou numa preocupação do c... Então é o seguinte. Eu não sei, cara. Eu estou achando que vem uma m.. muito grossa aí pela frente”, desabafou o juiz para um advogado seu amigo, através do telefone.
E acertou. Através de vários telefonemas e de sentenças assinadas beneficiando traficantes, o juiz foi denunciado, junto com a advogada Andrea Elizabeth de Leão Rodrigues, por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Dezessete pessoas foram presas e cerca de R$ 70 milhões apreendidos em dinheiro, drogas, armas, imóveis, dezenas de carros de luxo e até um avião.
Trazida da Bolívia, a droga era distribuída, em vários locais, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Algumas conversas foram publicadas pela Globo.

Amaury: Alô.
Andrea: Eu não estou entendendo nada.
Amaury: O que que você não está entendendo, o que você me pediu?
Andrea: Tá, mas não tem alvará, não tem nada.
Amaury: Hein?
Andrea: Não tem alvará.
Amaury: Não é isso que você me pediu não. Você me pediu para enviar uma peça do carro para você.
Andrea: Espera a peça chegar. Eu não, mas.
Amaury: Já fiz o pedido da peça. Andrea: Ah tá, entendi.

De acordo com a polícia, a peça seria o alvará de prisão domiciliar que o juiz concedeu a um traficante.
Existem outros casos revelados. Um dos traficantes detidos, Álvaro Daniel, foi transferido de um presídio em Fortaleza para prisão domiciliar em Juiz de Fora, depois de a defesa ter apresentado atestado médico para o seu cliente.
“Certidões falsas, comprovantes de residências falsos, levando esse preso de um estado para a base Juiz de Fora. As provas produzidas dão conta que ele participava, ele não julgava, ele era participante da organização criminosa”, disse o Superintendente PF-MG, Sérgio Menezes.
Outra das conversas reveladas foi entre integrantes da quadrilha.

- “Será que não arruma uns R$ 500 mil até amanhã? Que tenho que pagar o juiz. Que o amigo saiu da cadeia. Mas tenho que pagar, amanhã, R$ 600 mil”.

O juiz e a advogada estão presos preventivamente.
De acordo com o Procurador Geral de Minas Gerais, Carlos André Bittencour, as provas são muito fortes.
"A prova produzida no inquérito conduzido pela Polícia Federal é contundente, ela é forte, são interceptações telefônicas, são gravações de vídeo, a própria movimentação financeira e a prova testemunhal presente no inquérito. A prova é robusta”, concluiu.
In Notícias ao Minuto.

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