Foi neste livro que Sebastião da Rocha Pita assim escreveu sobre o Brasil:
" Em nenhuma outra região se mostra o céu mais sereno, nem madrugada mais bela; o sol, nenhum outro hemisfério tem os raios mais dourados, nem os reflexos noturnos mais brilhantes; as estrelas são mais benignas e se mostram sempre alegres; os horizontes, ou nasça o sol ou se sepulte, estão sempre claros; as águas, ou se tomem nas fontes, pelos campos ou dentro das povoações, nos aquedutos, são mais puras; é, enfim, o Brasil, terreal Paraíso descoberto, onde tem nascimento e curso os maiores rios; domina salutífero clima; influem benignos astros e respiram auras suavíssimas, que fazem fértil e povoado de inúmeros habitantes."
Aí a gente se toma de um amor tão grande pela nossa terra, volta no tempo em que tínhamos orgulho dela todos os dias quando entoávamos com força o seu hino; quando visitávamos plantações de café, de feijão e de milho que se perdiam de vista e se autossustentavam; quando ouvíamos o som da fanfarra em acompanhamento a um desfile escolar; quando a pobreza não era motivo de vergonha e a dignidade ainda fazia parte do vocabulário das famílias...
E, por todas essas coisas e muito mais, a gente acaba se perguntando:
Cadê o nosso país?
O que foi que fizeram com o nosso Brasil?
E o que é que faziam as pessoas de bem enquanto uma grande quantidade de riquezas desaparecia - e continua desaparecendo - da arca do tesouro que protege o patrimônio nacional para depois renascer junto às propriedades de tantos usurpadores?
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