domingo, 22 de abril de 2018

O QUEIJO PURUNGO QUE MEU PAI TAMBÉM FAZIA



De tempos em tempos, as pessoas vão cavando e conseguem trazer à tona coisas que o povo do mato - porque só o matuto mesmo tem histórias guardadas - até já esqueceu.
Li no G1 reportagem sobre os tais queijos porongos.
Imagem relacionadaPara mim, e segundo o dicionário do Aurélio, o fruto chama-se PURUNGO; destarte, o queijo também deve ser escrito dessa forma: QUEIJO PURUNGO.  
Imagem relacionadaPurungo ou cabaça: nele se transportava água pra roça e meu pai fazia desse fruto, cortando ao meio, peça para tomar seu chimarrão.
Quanto ao queijo purungo, minha avó fazia, minha mãe também aprendeu a fazer ( não gostava porque dava muito trabalho), mas quem fazia com gosto e perfeição era o meu pai.
No tempo de minha avó, era comum presenciarmos esses queijinhos em formato de purungo - para isso eram amarrados acima do meio para se criar um pescoço e imitar o fruto conhecido - de ponta a ponta na cozinha do casarão onde moravam os Válio, onde hoje se localiza um banco, na Rua Cônego Francisco Ribeiro, antes, 7 de Setembro.
Era uma infinidade desses queijinhos amarrados em fila para tomarem forma e enrijecer.
Às vezes, ia para o fumeiro.
Ficava uma delícia!

A reportagem feita pela TV TEM
===========================================
Queijo porungo faz sucesso na região de Itapetininga
Por Nosso Campo, TV TEM
(Foto: Reprodução/TV TEM)
Trabalhar com queijo faz parte da história da família de Jolice Cardoso. Ela aprendeu o ofício com a mãe. Nos últimos anos, o porungo foi uma importante fonte de renda. O queijo tem o formato de uma cabaça, o fruto de uma trepadeira que algumas pessoas conhecem como porongo.
Jolice e o marido produzem 24 unidades por dia, quase 250 quilos ao mês. A venda é direta para clientes na região de Angatuba (SP).
A produtora conta que todas as despesas da casa, incluindo a faculdade dos filhos e custos com o rebanho, são mantidas com o lucro da venda de queijo.

Rose de Fátima Rodrigues e o marido também tiram o sustento da família da produção artesanal do porungo. Eles criam 14 vacas e a maior parte dos 100 litros de leite que conseguem por dia vai para a produção do queijo.
A fabricação de porungo se popularizou no sudoeste do estado, uma das principais regiões produtoras do país.
O professor Natan Pimentel veio de Minas Gerais, estado conhecido por ser a terra do queijo. Ele é especialista em laticínios e coordena um projeto da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no município de Buri (SP) voltado ao estudo do processo de fabricação do queijo porungo e suporte aos pequenos produtores.
O objetivo é melhorar a qualidade, agregar valor ao queijo e fazer com que a tradição dure muito mais tempo.

Nenhum comentário: