domingo, 5 de agosto de 2018

O PAPA FRANCISCO E A CORRUPÇÃO


"A corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver. O corrupto está tão fechado e satisfeito em alimentar a sua autossuficiência que não se deixa questionar por nada nem por ninguém. Construiu uma autoestima que se baseia em atitudes fraudulentas: passa a vida buscando os atalhos do oportunismo, ao preço de sua própria dignidade e da dignidade dos outros. O corrupto tem sempre a cara de quem diz: “Não fui eu!” Aquele que minha avó chamava “cara de santinho”.
O corrupto é aquele que se indigna porque lhe roubam a carteira e se lamenta pela falta de policiais nas ruas, mas depois engana o Estado, sonegando impostos, e talvez demita os empregados a cada três meses para evitar contratá-los por tempo indeterminado, ou então possui trabalhadores não registrados. E depois conta vantagem de tudo isso diante dos amigos. É aquele que talvez vá à missa todo domingo, mas não vê nenhum problema em aproveitar a sua posição de poder, para exigir o pagamento de propinas.
A corrupção faz perder o pudor que protege a verdade, a bondade, a beleza. O corrupto muitas vezes não se dá conta do seu estado, do mesmo modo que quem tem mau hálito e não se dá conta. E não é fácil para o corrupto sair dessa condição por um remorso interior. Geralmente, o Senhor o salva por meio das grandes provas da vida, situações que não pode evitar e que destroem a máscara construída pouco a pouco, permitindo assim à graça de Deus entrar.”

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